PRF que matou Adriano tem mais seis armas apreendidas a mando da Justiça

Ele tinha licença de atirador desportivo

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Ele tinha licença de atirador desportivo

O policial rodoviário federal Ricardo Sun Moon, de 47 anos, tinha mais seis armas em casa além da pistola calibre 40 apreendida no dia em que ele atirou e matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, no dia 31 de 2016. Depois da decisão judicial que concedeu a liberdade ao policial, as armas, entre elas um fuzil de caça, foram recolhidas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Com licença de atirador desportivo, Moon guardava um revólver Taurus calibre .38, três pistola calibre 45, um fuzil de caça Mauser calibre .308 e uma carabina calibre 38. Nesta quarta-feira (8), a Polícia Federal enviou um ofício ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri explicando que as armas do policial foram recolhidas pela própria PRF.

Segundo o ofício, nenhuma delas está registrada no Sinarm (Sistema Nacional de Armas), pelo qual a PF é responsável. Ainda assim, o nome de Moon foi colocado na lista de restrição para a concessão de registro e porte.  

As armas que foram apreendidas estão registradas no SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas) do Exército Brasileiro, que também foi avisado sobre a decisão judicial que suspendeu o porte de arma para o policial.

”As armas estão armazenadas em uma sala da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e devem ser levadas para a Comissão Regional de Gestão de Armamento”, diz o documento. A sétima arma de Moon, a pistola calibre 40 de uso funcional, foi apreendida pela Polícia Civil. Em outro ponto do documento, a Polícia Federal explicou ainda sobre o recolhimento do passaporte de Moon, que também ficará em posse da PRF.

No ofício o delegado explica que não cabe a PF recolher documento do policial, já que o inquérito policial não foi realizado por eles. Mas, como o PRF foi proibido de sair do país, teve o nome incluído no Sistema de Tráfego Internacional – Módulo de Alertas e Restrições. Ao todo, a movimentação no processo de Ricardo já alcança 900 páginas.

A decisão

Depois de 25 dias preso, Ricardo foi liberado com algumas condições. Foi estabelecido que ele não poderá sair do País, terá de ficar em casa no período entre 22h às 6h e não deverá, ainda, voltar a fazer policiamento nas ruas. Por isso, Moon já voltou ao trabalho interno na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal em Campo Grande. O policial também não poderá usar arma e vai usar tornozeleira eletrônica por seis meses.

Ricardo Moon é ŕeu por homicídio doloso duplamente qualificiado e por duas tentativas de homícidio, contra Agnaldo Espinosa da Silva e o filho dele, de 17 anos, que estavam no carro com o empresário.

O policial passou a réu na última madrugada de 2016, quando, a caminho do trabalho, envolveu-se em uma confusão no trânsito, em que Adriano morreu a tiros e as outras duas pessoas que estavam no carro ficaram feridos. Ele alegou legítima defesa, versão que não prosperou nem no inquérito da Polícia Civil nem na análise do Ministério Público Estadual.

Na sexta-feira (3), o promotor de Justiça Eduardo José Eduardo Rizkalla informou ao juiz Carlos Alberto Garcete sobre a apresentação de recurso em sentido estrito, contra a decisão que acatou a denúncia contra Moon pelos crimes de homicídio e tentativa, mas rejeitou em relação à fraude processual.

Para o integrante do MPE (Ministério Público Estadual), o policial, com a ajuda de terceiros, tentou mascarar a situação no local do crime, o que configuraria a fraude. O juiz entendeu diferente e eliminou essa acusação ao dar andamento ao processo e liberar o policial da prisão preventiva. 

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