Polícia considera ‘Baleia Azul’ em MS trote, mas vai atrás de quem divulga

Autor pode ser responsabilizado em dois crimes

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Autor pode ser responsabilizado em dois crimes

A mensagem divulgada pelo WhatsApp em vários grupos na quarta-feira (19), que informava sobre um desafio do ‘Baleia Azul’ a ser realizado em Ponta Porã, cidade a 346 quilômetros da Capital, não seria verdadeira. Na mensagem, um suposto participante do desafio dizia que iria distribuir balas envenenadas em três escolas de ensino infantil.

O delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, Lucas Caires, disse ao Jornal Midiamax que o caso está em investigação, mas foi constatado que a mesma mensagem foi divulgada em várias outras cidades e estados brasileiros, mudando apenas o local e os nomes das escolas. No entanto, a ameaça não está descartada.

Conforme o delegado, a equipe de investigação da Polícia Civil identificou grupos nas redes sociais do ‘Baleia Azul’, mas não foi identificado qualquer participante de Ponta Porã. Os diretores dos colégios ameaçados foram alertados e orientados, além dos pais e também as crianças.

Apesar de a mensagem ser supostamente um trote, se identificada a pessoa que divulgou, ela pode responder por ameaça. A polícia também tenta identificar se houve a tentativa de envenenamento. Se o crime for configurado, o responsável também responderá por envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, na forma tentada.

Entenda o caso

Na manhã de quarta-feira, diretores de três colégios em Ponta Porã procuraram a polícia após uma mensagem com ameaça de envenenamento de alunos chegou para uma professora. Na mensagem, um suposto morador em Ponta Porã diz que isso faz parte de um dos desafios do ‘Baleia Azul’.

Conforme as informações registradas pelos responsáveis pelas escolas, no início da manhã chegou ao conhecimento de pessoas ligadas ao colégio a seguinte mensagem

“Oi me chamo Lucas estou no desafio da Baleia Azul moro na cidade de Ponta Porã MS estou no décimo desafio que é dar balas envenenadas para 30 crianças de 3 escolas diferentes como já conhece bem a cidade escolhi o – os nomes dos colégios serão preservados – pois tem mais crianças pequenas. Peço desculpas às mães mas tenho que cumprir ou eles vêm atrás de mim sinto muito pelos filhos de vocês ** desafio aceito”.

Os responsáveis pelas escolas procuraram a 1ª Delegacia da cidade e solicitaram investigação do caso e do teor das mensagens. Uma professora recebeu a mensagem e imagens capturadas da tela do celular com o texto foram encaminhadas para a polícia.

‘Baleia Azul’

Apontado como um jogo que teve origem na Rússia, o ‘Baleia Azul’ tem um curador ou moderador que distribui os desafios a partir de um grupo secreto onde os contatos são iniciados pelo Facebook. Entre os desafios estão provas mórbidas que de certa forma preparam os participantes para o suicídio.

São desafios típicos, por exemplo: escrever frases e fazer desenhos com lâminas na palma da mão e nos braços, assistir a filmes de terror de madrugada, subir no alto de um telhado ou edifício, escutar músicas depressivas, mutilar partes do corpo – como os lábios -, ficar doente, ir a uma estrada de ferro de madrugada, receber e aceitar uma data para a sua morte e cumprir essa missão.

Na última semana, a morte de Gabriel Antônio dos Santos Cabral, de 19 anos, passou a ser investigada após a família descobrir que ele jogava o ‘Baleia Azul’. O caso aconteceu em Pará de Minas, Gabriel tinha mulher e uma filha de apenas 40 dias e segundo sua mãe, Maria de Fátima Santos, de 37, vinha tentando deixar esse grupo, mas sofria uma pressão muito grande.

O corpo dele foi encontrado pela mulher sobre a cama do casal. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e os socorristas encontraram cinco cartelas vazias de um antidepressivo. Estima-se que o rapaz tenha ingerido dezenas desses comprimidos na noite anterior.