Não há previsão de novas buscas pelas vítimas de Nando

Mesmo com Luiz Alves Martins Filho, o Nando, preso no Instituto Penal de desde dezembro, a Polícia Civil continua as investigações sobre a série de mortes e desaparecimentos que assombrou o Bairro Danúbio Azul nos últimos anos. Agora, a polícia aguarda os exames de DNA para identificar as dez ossadas encontradas no cemitério clandestino localizado no Jardim Veraneio.

O caso, hoje investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), foi descoberto pela polícia durante as investigações sobre a morte de ‘Leleco', Leandro Aparecido Nunes Ferreira, de 28 anos, em setembro de 2016. O Rapaz foi assassinado a tiros no dia 2 do mesmo mês, por dois rapazes que estavam em uma motocicleta. Os autores acabaram se envolvendo em um acidente e também morreram.

Durante as apurações sobre o morte de Leleco, a polícia descobriu que o rapaz envolvimento com o grupo responsável por um esquema de exploração sexual e tráfico de drogas no Danúbio Azul, há aproximadamente 3 anos.

No dia 10 de novembro, uma operação coordenada pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) resultou na prisão de Nando e seus comparsas. Ao todo, 18 pessoas foram presas por envolvimento no caso.  Durante todo o processo de buscas pelas vítimas, Nando negava o esquema de exploração sexual e tráfico e se intitulou um ‘justiceiro', afirmando que matava aqueles que cometiam furtos na região.

Foram, segundo a polícia, 16 pessoas de todas as idades e sexos, assassinadas por Nando e seus comparsas. Dessas, 13 foram enterradas no cemitério clandestino, todas da mesma forma, amarradas e de cabeça para baixo. As vítimas ainda foram estranguladas, isso porque Nando não gostava de ver sangue.

No dia 20 de dezembro, as buscas pelas ossadas foram encerradas pelas equipes da Polícia Civil, faltando localizar três vítimas de Nando. Conforme apurado pela reportagem, ainda não há previsão para as buscas recomeçarem e nem para o fim do inquérito policial. Agora, a polícia espera os laudos periciais de vínculos genéticos das ossadas encontradas, para confirmar a identidade das vítimas.

DEZ OSSADAS ENCONTRADAS

1 – ‘Café', que não teve o nome divulgado, foi morto por Jean, Michel e Nando e localizado em uma das primeiras buscas. Ele devia dois fretes no valor de R$ 170 para Nando.

2 – ‘Alemão', morto há 4 anos por Jean, Nando e uma terceira pessoa ainda não identificada e também já foi encontrado. Ele vendeu para um integrante do grupo criminoso uma TV e usou o dinheiro para comprar drogas. Ao descobrirem que o aparelho era furtado, os criminosos mataram o rapaz.

3 – Bruno Santos da Silva, o ‘Bruninho', foi assassinado em 2013 por Nando. Em 2009 ele teria agredido um sobrinho de Nando, que o estrangulou por vingança.

4 – Ana Cláudia Marques, de 37 anos, era mãe de 6 filhos e foi assassinada em setembro de 2015 por dívidas de drogas com o grupo.

5 – Jhennifer Luana Lopes, a Larissa, morta em março deste ano, aos 16 anos, por Nando e Michel porque praticava furtos.

6 – Lessandro Valdonado de Souza, de 13 anos, que foi assassinado porque flagrou uma traição da cunhada de Talita e convenceu ele a matar o menino.

7 – Aline Farias Silva, de 22 anos, morta por Michel Henrique Vilela Vieira, de 21 anos e Luiz Alves Martins Filho, de 49 anos, o Nando em março deste ano, depois de supostamente cometer furtos na região do Danúbio Azul, para trocar produtos por drogas.

8 – Adolescente Daniel Gomes Carvalho, de 17 anos, foi morto enforcado com uma correia de máquina de lavar por Claudinei Augusto Orneles Fernandes, 24, e Luiz Alves Martins Filho (49), o ‘Nando'.

9 – (POLÍCIA AINDA AGUARDA LAUDOS) Jennifer Lima da Silva que sumiu aos 13 anos. Ela foi enforcada por Wagner, Jean e Nando, porque também praticava furtos no bairro para conseguir manter o vício em entorpecentes.

10 – (POLÍCIA AINDA AGUARDA LAUDOS) Jennifer Larissa.