Família não consegue acionar seguradora sem o veículo 

Pela terceira vez a mãe do empresário Adriano Correia Nascimento, morto em dezembro de 2016 pelo policial rodoviário federal Ricardo Moon, entrou com pedido de restituição da caminhonete, que está em poder da Justiça Criminal. Em março e em junho deste ano, Marli Correia Nascimento já havia feito o pedido que foi negado sob alegação de que caso fosse necessário para esclarecer os fatos, o veículo ainda passaria por perícias.Pela 3ª vez, mãe de empresário morto por PRF tenta recuperar Hilux

Como justificativa para o novo pedido a defesa da mãe do empresário morto cita o valor elevado do bem, cerca de R$ 100 mil, assim como a falta de local adequado para conservação da caminhonete, já admitido pela Polícia Civil. “Tal veículo vai apodrecer no tempo, sujeitando-se às deteriorações naturais por estar exposto e sem a mínima proteção”, diz o documento.

Assim como nas duas outras tentativas, a família ressalta no requerimento que o veículo é objeto de contrato de seguro e, enquanto não acionada a seguradora, continua pagando parcelas de financiamento, sem receber o que tem direito.

O caso

Ricardo Sun Moon passou de policial a réu na madrugada do dia 31 de 2016, quando se envolveu em uma confusão no trânsito, e atirou contra Adriano e as outras duas pessoas que estavam com ele no carro, Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos. O empresário morreu na hora. Moon alegou legítima defesa, versão que não prosperou nem no inquérito da Polícia Civil nem na análise do Ministério Público Estadual.

Uma reconstituição com todos os envolvidos e também testemunhas foi realizado no dia 11 de janeiro de 2017. Na data, Moon estava preso em virtude a um mandado de prisão preventiva, mas no dia 1º de fevereiro, ele ganhou a liberdade.

Duas audiências já foram realizadas e Moon ouvido. Em depoimento ele mantém a versão de que seria atropelado e só por isso atirou no empresário. O policial também afirma que se apresentou como policial e que estava com a ‘vestimenta sereia’, ou seja, metade fardado e metade à paisana, é um procedimento de praxe na corporação.

A suposta invasão do prédio da Coordenadoria Geral de Perícias e falsificação de provas também são investigadas no processo da morte de Adriano. O achado de dois maçaricos, parecidos com armas de fogo, dentro da caminhonete Toyota Hilux do empresário, dias depois da perícia feita no veículo, levantou as suspeitas e resultou em nova investigação. A justiça chegou a pedir a quebra de sigilo telefônico da perita responsável pelo caso para esclarecer os fatos.