Morto em incêndio já havia feito ‘lança-chamas’ contra PMs da Capital em 2016

Ocorrência não foi atendida, por suposta falha na comunicação

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Ocorrência não foi atendida, por suposta falha na comunicação

Renato de Almeida Campos, de 34 anos, morto durante incêndio em uma residência no distrito de Palmeiras, em Dois Irmãos do, a 84 km da Capital, na última sexta-feira (26), já teria feito um lança-chamas contra policiais, em julho de 2016, na Capital. O incêndio não foi atendido após suposta falha na comunicação entre a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

Conforme o boletim de ocorrência, a Unidade da PM foi acionada via 190, na noite da última sexta-feira (26), para atendimento a um incêndio. Sem viatura, um dos policiais usou meio próprio para ir ao local e encontrou a casa tomada pelas chamas e foi impossível ver a presença de vítimas.

O militar tentou acionar o Corpo de Bombeiros que atende a região, mas não conseguiu. Por telefone tentou apoio do 1º Subgrupamento de Bombeiros /Aquidauana, porém as ligações não foram atendidas. Por fim, pediu que o comandante do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) se deslocasse ao quartel, em Aquidauana, para informar da ocorrência, mas ninguém compareceu ao local do incêndio.

Por fim, foi solicitado apoio da equipe da PM de Piraputanga para retornar ao local e averiguar a situação, que ainda encontrou alguns cômodos pegando fogo. A vítima estava em um dos cômodos com o corpo parcialmente queimado. Os militares isolaram o local e a Polícia Civil de Dois Irmãos do Buriti foi acionada e o caso registrado como morte a esclarecer.

Não houve omissão

O 1º SGBM de Aquidauana é responsável pelo atendimento nas regiões do próprio município, de Anastácio, Miranda, Bodoquena. O 18º Subgrupamento de Sidrolândia é responsável por atender as chamadas oriundas de Dois Irmãos do Buriti. “Tem regiões de Palmeiras que caem em Sidrolândia e outras em Campo Grande. Ontem, um PM foi até o quartel, mas a informação não chegou como ocorrência, mas sim como comunicado e pedido de orientação”, disse a cabo Rose do Corpo de Bombeiros.

LANÇA-CHAMAS

Na noite de 21 de julho de 2016, Renato de Almeida Campos, à época com 33 anos, foi preso em flagrante após tentar incendiar uma equipe de policiais militares e deixar um soldado ferido. Ele entrou em um posto de combustível e usou um isqueiro e uma mangueira de combustível para tentar atear fogo nos militares.

Conforme o boletim de ocorrência, equipe do Moto Patrulhamento da Polícia Militar foi acionada para ir até a Avenida Calógeras, no Centro, onde um homem estaria quebrando placas de sinalização e ateando fogo em lixos na rua. Os policiais foram até o local indicado, onde encontraram Renato, que resistiu à abordagem e saiu correndo com uma faca e um isqueiro nas mãos.

O homem entrou em um posto de combustível, pegou uma mangueira de abastecimento, acionou o gatilho e colocou fogo. Ele direcionou o lança-chamas improvisado para os policiais, que acionaram Corpo de Bombeiros. O fogo foi controlado por um funcionário do posto e Renato saiu correndo até outro posto de combustível.

O outro posto já estava fechado, mas ele derrubou as grades de proteção e tentou pegar a mangueira das bombas para atear fogo mais uma vez, mas foi detido. Um soldado militar teve ferimentos na mão e no joelho e foi encaminhado ao Prontomed.

Renato estava com as mãos sangrando, por conta da faca que carregava, que não tinha cabo. Ele ainda aparentava estar sob efeito de drogas e estava muito alterado, segundo a polícia. Ele foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) pelos bombeiros e depois ficou sob escolta policial no Hospital Universitário.

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