Morte de rapaz agredido pelo patrão em lava-jato pode quadruplicar penas
Vítima morreu na tarde desta terça, na Santa Casa
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Vítima morreu na tarde desta terça, na Santa Casa
A morte de Wesner Moreira da Silva, 17, na tarde desta terça-feira (14), na Santa Casa de Campo Grande, onde estava internado há 11 dias por ter sido agredido com compressor de ar, ferramenta usada em Lava-Jato, altera a denúncia contra os autores do crime, o patrão e o funcionário, de 31 anos,
Até então, o dono do Lava-Jato onde o rapaz fora ferido, Tiago Demarco Sena, 20 anos, que está em liberdade, era incriminado por lesão corporal grave.
“Agora, com a morte, muda tudo. O crime passa a ser tratado como lesão corporal seguida de morte. A morte é componente maior e pode complicar a situação do denunciado”, disse advogado criminalista, Renê Siufi.
De acordo com investigações da Polícia Civil, Wesner, que há pouco tempo conquistara seu primeiro emprego, na Avenida Interlagos, foi segurado pelo patrão e outro funcionário do Lava-Jato, identificado como Willian Larrea, que é vizinho da vítima.
Depois de o rapaz ser imobilizado, a dupla encostou o compressor de ar em parte íntima da vítima, que passou mal imediatamente. Logo depois, levado para o hospital, os médicos notaram que parte do intestino da vítima havia rompido.
Na manhã desta terça, 11 dias depois do episódio, a saúde do adolescente piorou e ele morreu às 13h35 minutos. Mesmo com a brutalidade, os denunciados disseram que participavam de “uma brincadeira” com a vítima.
O Lava-Jato em questão foi queimado depois do caso por moradores próximos.
A pena por lesão corporal grave é prevista no artigo 129 do Código Penal. Se condenado, os réus podem ser sentenciados a detenção, de três meses a um ano.
Já com a morte de Wesner, os denunciados podem ser condenados a até 12 anos de prisão.
DEFESA
O advogado dos suspeitos de envolvimento na agressão contra o adolescente Wesner, deve se posicionar, apenas, na próxima semana. Francisco Guedes Neto afirmou à reportagem que a situação machucou a todos e deve permanecer em silêncio em respeito a dor das famílias.
“A situação machucou a todos as partes envolvidas. Essa morte não foi desejada. Ficaremos em silêncio em respeito ao sentimento das famílias. Mas na semana que vem esclareceremos o caso”, disse.
Até o fechamento da matéria, a defesa da família de Wesner não atendeu às ligações.
(Foto Arquivo / Midiamax)
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