Juiz vê indícios de ‘tratamento diferenciado’ e mentira de PM na prisão de PRF

Fatos foram apontados pelo MPE

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Fatos foram apontados pelo MPE

A partir de novos fatos apresentados pelo MPE (Ministério Público Estadual) na representação pela prisão do policial Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, o juiz José de Andrade Neto chegou a ressaltar a suspeita de que ele tenha recebido tratamento diferenciado. Após a representação do MPE, o juiz decretou a prisão preventiva do policial, cumprida nesta quinta-feira (5).

Conforme a decisão do juiz, consta no auto de prisão em flagrante do PRF que o policial militar José Casupacio Andrade teria encaminhado Ricardo até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. O fato foi desmentido pelo Ministério Público, com documentos que evidenciam que o policial se apresentou espontaneamente na delegacia, acompanhado apenas do advogado e de outro policial rodoviário.

Segundo o juiz, “O auto de prisão em flagrante deve refletir a verdade do que efetivamente aconteceu”, com isso, e a partir do exposto pelo MPE, passa a existir indício de que Ricardo possa estar recebendo tratamento diferenciado na apuração dos fatos, o que, conforme o juiz José de Andrade, deve ser melhor apurado. “Consequentemente, passa a existir um fundamento claro e objetivo para se afirmar que a sua custódia preventiva se mostra necessária para se preservar a instrução criminal.”

Além disso, o juiz relata na decisão que não está “voltando atrás”, já que a princípio decidiu pela liberdade provisória do policial, mas sim que os novos fatos apresentados pelo MPE condizem para que o PRF seja mantido preso. Nos autos da prisão em flagrante também consta a informação e que Ricardo trajava farda completa quando atirou em Adriano, o que foi desmentido por vídeos e imagens feitas por populares no local do crime.

Por fim, ao decretar a prisão preventiva de Ricardo, o juiz pontua que o faz como “Medida de conveniência da instrução criminal, em especial para evitar que, solto, o representado possa influenciar na apuração dos fatos, como aparentemente vem ocorrendo desde a sua prisão, de acordo com os elementos objetivos ora trazidos ao conhecimento do juízo”.

O policial está desde as 6 horas desta quinta-feira detido em uma cela da Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros).

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