Um dos foragidos, Anderson Rios Villalba, é brasileiro

O juiz paraguaio Édgar Ramirez é suspeito de favorecer o casal Rosa Lorena Delvalle e Anderson Rios Villalba, acusados de tentativa de homicídio e tráfico de pessoas após estuprar, torturar e obrigar uma adolescente, de apenas 15 anos, a tomar soda caústica, em janeiro deste ano. Documentos de arquivo reforçam a evidência do desempenho irregular do juiz, publicou o ABC Color.

No dia 13 de março, usando o artigo 83 do Código de Processo Penal, os advogados Antonio Sánchez e David Ayala, que representam o casal, prometeram apresentar os clientes em troca da revogação do mandado de prisão. Ficou designado que o casal teria de se apresentar, mas o acordo não foi cumprido.

Auditoria

A suspeita levantada pelo Departamento de Auditoria do Poder Judiciário é de que, além do não comparecimento do casal, um simples pedido dos advogados foi suficiente para o juiz Ramirez decidir anular o mandado contra o casal, no dia 17 de março.

Ele também reiniciou o procedimento e fixou uma data para o acusado comparecer na audiência de imposição de medidas.

Juiz é suspeito de favorecer casal que obrigou menina a tomar soda cáustica

Delvalle e Ríos Villalba são acusados ​​de tentativa de homicídios e tráfico de pessoas, crimes com punição superior a cinco anos de prisão. É por isso que a defesa dos suspeitos tentou modificar a classificação, de modo que seus clientes não sejam encaminhados à penitenciária.
 
Os julgamentos do juiz Ramírez, tanto no caso de tentativa de assassinato quanto no caso de tráfico de pessoas, são analisados ​​por funcionários do Departamento de Auditoria, encarregado do advogado Mario Elizeche.

O caso

 
O crime aconteceu no dia 13 de janeiro de 2017. A menina morava e trabalhava na residência do casal, Anderson Rios, o ‘Pepe’, e Rosa Lorena Delvalle. Rosa teria descoberto que o marido estuprou a adolescente e, ao invés de procurar a polícia, espancou a menina e a obrigou a tomar soda cáustica.
 
Logo após o crime, o advogado do casal chegou a dizer que os clientes estavam em uma praia no Brasil, além de afirmar que a adolescente tinha se envenenado por conta própria. Antes de fugir, a suspeita é que o casal tenha ido até o hospital onde estava a menina e a ameaçado. Com a fuga, a justiça paraguaia emitiu uma captura internacional contra o casal.