Policiais evitaram a fuga
Na tarde de quarta-feira (22), presos foram flagrados tentando fugir da Delegacia de Polícia Civil de Água Clara, onde funciona a Cadeia Pública do município, distante 193 quilômetros de campo grande. No início de janeiro, detentos fizeram uma rebelião no local e foi constatada superlotação.
Conforme nota divulgada pelo Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), policiais que trabalhavam na delegacia na quarta-feira ouviram ruídos estranhos na carceragem. Foi acionado apoio de outros oficiais que estavam de folga, além da Polícia Militar.
Os agentes fizeram uma vistoria e retiraram os presos das celas, os colocando no solário. Um dos detentos se recusava a sair, Ezequiel Alves da Fonseca. Foi localizado um buraco no teto da cela, que estava sendo aberto por Ezequiel e Flávio Aparecido Gonçalves, com uso de uma barra de ferro.
Para o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda, o Estado é inerte às denúncias feitas. “Fica a pergunta: será preciso que outra tragédia ocorra para que algo seja feito?”, disse. Segundo ele, a mesma situação acontece em todas as delegacias do Estado. “Excesso de presos, falta de estrutura para abrigar presos, desvio de função, já que o policial não é um agente penitenciário. Isso se repete de forma continua, principalmente em Água Clara, onde já tivemos incêndio, fugas, agressão a policiais, e agora mais uma tentativa”.
Rebelião
No dia 12 de janeiro, os detentos fizeram uma rebelião na Cadeia Pública de Água Clara. O local conta com duas celas, com capacidade para dois presos em cada, sendo que na época havia 11 internos no total. No dia, eles jogaram os colchões para foda das celas e atearam fogo, exigindo a transferência.
A transferência dos presos também é uma exigência dos policiais civis, que atuam em desvio de função para custodiar os presos. Após a rebelião foi feito pedido de transferência dos internos pra presídios do Estado.