Corpo de jovem executado por facção ainda está no IMOL

Morte foi filmada

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Morte foi filmada

O corpo de Richard Alexandre Lianho, de 25 anos, ainda passa por exames no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) e não tem data para ser liberado. O rapaz foi executado a tiros e teve os braços e o pescoço cortados na tarde de terça-feira (14). Todo o assassinato foi gravado e no dia seguinte, os autores do crime foram presos e apontaram o local onde desovaram a vítima, a Cachoeira do Ceuzinho, em Campo Grande.

Depois de ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros, o corpo de Richard foi levado ao Imol para a necropsia. Segundo informação do instituto, vários exames, incluindo o de raio X, ainda serão realizados e por isso o rapaz não foi liberado para a família. A expectativa é que a liberação aconteça até domingo (19).

Richard foi morto depois de ser julgado em uma videoconferência, que teria envolvido 25 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Integrante do CV (Comando Vermelho), ele teria sido condenado por se envolver com a mulher de um preso da facção rival, o PCC (Primeiro Comando da Capital).

O caso

Logo que o caso foi descoberto, um dos suspeitos presos pelo crime, que completou 18 anos nesta quarta-feira (15), procurou a vítima para tirar satisfação. Na ocasião, Richard teria confessado o relacionamento e afirmado ser do CV. A partir daí começou a ser observado de perto pelo, na época, adolescente. O rapaz fez um perfil falso no Facebook e se passando por mulher, marcou um encontro com a vítima.

Na terça-feira (14) ele foi até o endereço marcado, uma quitinete no Bairro Zé Pereira, onde foi surpreendido pelo rapaz e outro adolescente, amarrado e levado para dentro do imóvel. Ali, teria sido submetido a um julgamento por videoconferência com integrantes do PCC de todo país.

Conforme apura pelo Midiamax, durante o julgamento, parte do grupo optou “por cortar membros dele”, mas que a maioria concordou com a execução. Foi então que os dois adolescentes chamaram o terceiro envolvido no crime, o jovem de 22 anos.

Amarrado, o rapaz foi levado dentro de um carro para o Ceuzinho e assassinado a tiros. Depois teve os braços e o pescoço cortado e foi jogado em um barranco. O crime brutal foi filmado pelo mais novo dos suspeitos.

A prisão

A Polícia Civil chegou aos suspeitos durante a investigação de outro crime, o roubo de um malote de R$ 60 mil em Três Lagoas, a 326 quilômetros de Campo Grande, em janeiro desde ano. Os dois mais novos do grupo seriam os responsáveis pelo assalto e sabendo que eram procurados, fugiram para a Capital, onde passaram a ser investigado pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

Os policiais chegaram aos dois rapazes na manhã desta quarta-feira (15). Eles foram levados para a especializada e lá as equipes receberam a informação de que eles estavam envolvidos em um homicídio. Em depoimento os suspeitos confessaram e apontaram o terceiro autor, que também seria o dono do carro em que a vítima foi transportada.

Policiais da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) foram chamados e em conjunto, as duas delegacias fizeram a prisão do último envolvido, localizaram e identificaram o corpo da vítima.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, os jovens de 22 e 18 anos já são ‘batizados’ no PCC. O mais novo, que chegou a afirmar a polícia que responde por três homicídios no estado de São Paulo, teria a função de ‘Disciplina’. Ele seria o responsável por fiscalizar as bocas de fumo do seu bairro e evitar roubos e furto na região.

O adolescente apreendido por filmar todo o crime, ainda estaria passando por aprovação da facção e seria apenas um ‘companheiro’.  

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