Briga por preço da cerveja em churrascaria da Afonso Pena vira caso de polícia

Revoltados, internautas promovem ‘boicote’ a churrascaria

Arquivo – 14/08/2017 – 18:50

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Revoltados, internautas promovem ‘boicote’ a churrascaria

Uma discussão por causa do preço da cerveja virou caso de polícia em uma churrascaria no centro de Campo Grande, na tarde do sábado (12). De um lado, acusações de violência gratuita contra uma estudante de 22 anos e do outro, alegações de ‘descontrole’ agressões.

O caso aconteceu na tarde de sábado, na Avenida Afonso Pena. Nas redes sociais, a estudante de 22 anos relatou o suposto constrangimento e agressões que teria sofrido após perguntar o preço de uma cerveja. Na versão dela, que estava junto com a namorada, uma estudante de 21 anos, o funcionário do local não só se negou a responder, como a mandou ‘sair andando’.

Assustada com a reação, a jovem foi até um adolescente que estava sentado ao lado do caixa e fez a mesma pergunta, não foi respondida mais uma vez e foi orientada a procurar o mesmo funcionário que a teria destratado. Foi neste momento, enquanto conversava com o rapaz, que ela diz ter sido empurrada.

No chão, a jovem afirmou que reconheceu o agressor, o garçom de minutos antes. Depois de vários xingamentos a estudante ainda levou uma cusparada no rosto, que admite ter revidado, e foi contida por outros clientes.

Para a jovem, o desrespeito continuou quando o proprietário do local interferiu na discussão, se recusou a ouvi-la e ainda ‘autorizou’ que o funcionário fugisse antes que a polícia chegasse na churrascaria. “Fiz um boletim de ocorrência e vou entrar com processo sim contra a empresa e o funcionário por danos morais e agressão física. Pois se ele fez isso comigo ontem, pode fazer amanhã, depois com outras pessoas, por isso que o Brasil não vai para frente”, escreveu.Briga por preço da cerveja em churrascaria da Afonso Pena vira caso de polícia

O depoimento da jovem no perfil dela nas redes sociais causou comoção e imediata reprovação da churrascaria em sua página do Facebook. Como protesto, clientes avaliaram o restaurante de forma negativa e criticaram o comportamento, tido como machista e homofóbico, de toda a equipe do local.

“Um lugar horrível nunca fui e nunca vou colocar meus pés em um estabelecimento que agrediu mulheres .. é que o dono ainda deixa o funcionário fugir absurdo”, escreveu uma internauta. “Lugar de gente preconceituosa, funcionários homofóbicos que agridem clientes por sua orientação sexual. Absurdo isso! ”, afirmou outra.

No mesmo dia, a estudante foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro e registrou o caso como vias de fato e injuria real.

Briga por preço da cerveja em churrascaria da Afonso Pena vira caso de polícia

Preço da cerveja rejeitado

Para a equipe do Midiamax, o funcionário envolvido na confusão afirmou que em momento nenhum destratou a cliente por sua orientação sexual e que também não a agrediu. Na versão do homem, a jovem já chegou ao local alterada e não teria aceitado o preço da cerveja.

“Ela chegou com a namorada e perguntou o preço da cerveja. Eu respondi e ela começou a reclamar”, alegou. O funcionário afirmou que a estudante se descontrolou e começou a gritar, por isso foi convidada a sair do estabelecimento. Como não obedeceu, teria sido ‘puxada até a porta’.

“Ela se jogou no chão, eu não empurrei ela. Também não cuspi no rosto dela. Ela que fez isso e me agrediu com um chute. Ela estava descontrolada, não ouviu a mãe dela e chegou a puxar o cabelo da namorada, enquanto a polícia não chegou ela não se acalmou”, contou.

Para evitar novas agressões e mais ‘confusão’, o homem afirmou que foi aconselhado pelo patrão a esperar nos fundos da churrascaria. “Eu não fugi como ela está falando”. Sobre as acusações de homofobia, mais uma vez o homem negou. “Não faço distinção de clientes, não importa orientação sexual, ou raça, isso não é verdade”.

Diante da repercussão, o funcionário alegou que também vai procurar a polícia e registrar sua versão sobre os fatos.

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