Após 6 anos, família de Brunão diz que júri será ‘fim de ciclo agoniante’

Réu será julgado nesta sexta-feira 

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Réu será julgado nesta sexta-feira 

O fim do ciclo agoniante de um caso que ainda não termina agora. É assim que familiares do segurança Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, resumem o sentimento às vésperas do julgamento de Christiano Luna de Almeida, responsável pela morte de Brunão, em frente a uma boate em 2011.

“Da Justiça de Deus sabemos que ninguém escapa, esperamos agora que a Justiça dos homens seja feita. Amanhã será o fim de um ciclo agoniante, mas sabemos que ainda podem existir reviravoltas e recursos. No entanto, vamos fazer de tudo para que ele pague pelo o que fez”, afirma Mayara Gonçalves, prima da vítima.

De acordo com Mayara, amigos e familiares de Jeferson Bruno devem comparecer ao julgamento, marcado para às 8 horas desta sexta-feira (23). no Tribunal do Júri, em Campo Grande. A mobilização foi feita pelas redes sociais e no ‘boca a boca’.

Para a prima, a fatalidade com o primo já era tragédia anunciada tendo em vista o comportamento agressivo do autor. “Ele já havia agredido outras pessoas, se tivesse sido punido desde o início meu primo não precisaria morrer”, relata. Para ela, ter sido flagrado descumprindo medidas cautelares é indício de que Christiano não se arrependeu do crime.

Christiano, que estava em liberdade condicional, foi preso no dia 30 de junho após descumprir medidas cautelares que garantiam sua liberdade desde o crime. Ele foi visto e fotografado por familiares da vítima bebendo em um restaurante do Shopping Campo Grande e acabou denunciado ao MPE (Ministério Público Estadual), que pediu sua prisão.

O crime

Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, trabalhava como segurança na casa noturna “Valley Pub”, quando foi espancado e morto por Christiano Luna. A morte do segurança foi registrada pelo circuito de câmeras da boate. As imagens exibem Christiano, na época acadêmico de direito, sendo retirado do estabelecimento por ter passado a mão nas nádegas de um garçom por duas vezes.

O segurança, conhecido como Brunão, foi quem alertou o rapaz primeiro, dentro da boate. Lá fora, Cristhiano foi dominado pelos seguranças, mas quis ficar no local. Entre um golpe e outro, o rapaz acertou o peito da vítima com um dos pés. Brunão morreu no local, antes do atendimento.

Christiano foi preso em flagrante no dia 19 de março de 2011, e, em razão da negativa do pedido de liberdade provisória, o acusado entrou com pedido de HC, sendo a ordem concedida e ele foi solto no dia 2 de maio de 2011.

O julgamento do suspeito, no Tribunal do Júri, aconteceria em dezembro de 2012, mas foi adiado no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e até hoje não foi realizado. Em setembro de 2016, Christiano foi condenado dois anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto por agredir um homem de 28 anos em uma festa no Parque de Exposições de Campo Grande.