Taxista assassinado: reconstituição aponta terceiro envolvido e frieza de mandante

Taxista foi morto dia 9 de março

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Taxista foi morto dia 9 de março

Durante a reconstituição dos fatos que levaram à morte do taxista Claudinei Guerreiro, de 64 anos, no dia 9 de março, realizada nesta quarta-feira (23) a Polícia Civil de Corumbá, cidade a 444 quilômetros de Campo Grande, descobriu o envolvimento de uma terceira pessoa no crime e destacou a frieza de Ingrid da Silva Soares, de 23 anos, apontada como mandante do crime.

Segundo apurado pela polícia e noticiado pelo site Diário Corumbaense, durante a reconstituição os envolvidos no crime revelaram a participação de um boliviano, que seria primo de Ingrid. Ele encomendou o carro usado no crime ao casal. “Temos uma terceira figura, um terceiro indivíduo, que participou dessa ação. Com a individualização desse boliviano, nós vamos representar pela prisão preventiva dele”, diz o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira.

O delegado conta ainda que o boliviano não esteve no local do crime, mas responderá por ele mesmo assim. “Ele não estava no local, mas não precisa estar no local para responder pelo crime. A lei fala que, quem de qualquer modo contribui para a ação delituosa será responsável por ela na medida da sua culpabilidade. E ele contribuiu, porque instigou a dupla a praticar esse roubo que culminou com a morte do taxista, com a encomenda do veículo”, afirmou.

As investigações mostraram e a reconstituição confirmou que Edgar e Ingrid tiveram participação ativa nas ações para a morte de Claudinei Guerreiro. A mulher, que está no sexto mês de gestação, teria arquitetado toda a ação juntamente com o primo boliviano, através de um aplicativo de mensagens instantâneas pelo celular.

“Os dois foram participantes. Ela, segurando o braço do taxista e jogando o taxista para fora do veículo. A premeditação parte dela, porque ela foi responsável por estabelecer os contatos via Whatsapp com o primo. Ela foi a responsável por toda a arquitetação junto com o primo e Edgar deu os golpes de faca”, observou o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Corumbá.

Além da descoberta da participação de uma terceira pessoa, Gustavo Bueno destaca que a reconstituição esclareceu como aconteceu o crime, elucidou “divergências” existentes nos depoimentos dos dois acusados e mostrou que a morte do taxista teve “requintes de crueldade”. Ainda segundo o delegado, no decorrer das ações da reconstituição Edgar aparentou estar arrependido de ter cometido o crime, já Ingrid demonstrou frieza.

O inquérito, que será encaminhado à Justiça, está em fase final de conclusão e reúne provas concretas que Ingrid e Edgar são os autores do latrocínio do taxista Claudinei Guerreiro. “O inquérito está provado. Nós os identificamos, temos testemunhas, temos reconhecimentos fortíssimos sobre os dois. Agora é só a conclusão, estamos com 80% do trabalho pronto, realizado. Vamos para a individualização desse terceiro indivíduo que é o primo da Ingrid, que será responsabilizado também”, informou.

Reconstituição

Nesta manhã Ingrid e seu comparsa Edgar Souza de Arruda, de 26 anos, detalharam aos policiais a ação montada para o roubo do carro, que culminou com a morte do taxista. Após matarem a vítima, Ingrid e Edgar tentaram limpar as manchas de sangue do veículo Agile, lavando o carro num minadouro de água encontrado na rua.

Eles também se livraram dos pertencentes pessoais de Guerreiro, como o celular, e fugiram para a Bolívia pela estrada de acesso à Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados). De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, a reconstituição mostrou que tudo foi premeditado.

“Foi uma dinâmica de premeditação e ficou muito claro isso. Essa premeditação consta do momento em que o Edgar avistou o veículo da vítima no dia anterior, parou no ponto de táxi da vítima, pegou um cartão com o taxista, perguntou se fazia corridas normalmente, e foi embora para casa. Já na casa da Ingrid, por volta das 7 horas da noite, telefona para a vítima perguntando se teria condições de fazer uma corrida amanhã pela manhã, para levar a mulher à Saúde da Mulher porque ela está grávida”, explica o delegado.

O delegado prossegue dizendo que o taxista confirmou que faria a corrida e no dia do crime por volta as 5h20, Edgar ligou para a vítima informando que já estava próximo ao Anel Viário da BR-262, local marcado para se encontrarem. A vítima teria demorado de 7 10 minutos para chegar e por volta das 5h30 a ação que culminou na morte de Guerreiro, iniciou-se.

“Com um golpe fatal na carótida (vaso sanguíneo situado no pescoço e que leva sangue ao cérebro) da vítima e outros quatro golpes de faca ao longo do corpo. A vítima levanta, é empurrada pelos dois para fora do veículo e cai em meio à BR. Se levanta sangrando, se joga em cima do capô do veículo para impedir que eles prossigam”, detalha o delegado.

A vítima, segundo o delegado, ainda teria conseguido dominar a faca do autor e cortou Ingrid. Ainda durante a reconstituição, o delegado disse que foi possível delimitar a chegada da vítima até o local onde foi encontrado.

A reconstituição durou mais de três horas e foi dividida em etapas. Edgar Souza de Arruda e Ingrid da Silva Soares permanecem presos nas celas do 1º Distrito Policial. Eles devem ser transferidos para os presídios masculino e feminino de Corumbá.   

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