Suspeito confessa mortes no Guanandi por briga de gangue e livra comparsa

Depoimento durou 4 horas e resolveu duplo homicídio

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Depoimento durou 4 horas e resolveu duplo homicídio

Jean Carlos Rocha Martins, de 21 anos, confessou ser o autor dos disparos que matou dois jovens e feriu mais três, no Guanandi, no último domingo (6), mas livrou a identificação do comparsa, por medo de represálias. Um dos advogados do autor disse que a família tem recebido ameaças e a arma usada no crime não foi entregue.

Ele e o irmão se apresentaram na 5ª Delegacia de Polícia Civil acompanhados dos advogados Edgar Gomes e Wilson Godoy, e prestaram depoimento por mais de quatro horas ao delegado João Reis Belo.

O advogado Edgar disse à reportagem, que o cliente confessou a autoria e disse que teria disparado de 11 a 12 tiros, mas que na verdade houve uma troca de tiros. Ele teria revidado os disparos da vítima.

Conforme o delegado, os irmãos teriam uma rixa com as vítimas, porém não são considerados gangue. “Eles chegaram a ser amigos, mas começaram a se desentender e atualmente eram rivais”, disse.

No dia do crime, Romarinho teria passado de moto pelo irmão de Jean e esbarrado nele mostrando uma arma. A ação, conforme depoimento de Jean, foi o estopim para o crime.

Jean então saiu da casa dos pais, e, na companhia de um comparsa identificado apenas como “Pretinho” foram tirar satisfação com a vítima. Ainda em depoimento disse que quando chegou para conversar com Romarinho, ele sacou uma arma e iniciaram uma troca de tiros. No momento, “Pretinho” estava armado.

Nessa troca de tiros, Mykael Vinícius Godoy Rolon, de 22 anos, e Alex Duarte Ferreira, de 17 anos, morreram. Um adolescente de 16 foi atingido na lombar e já passou por duas cirurgias. Um adolescente de 13 anos levou uma coronhada, foi atendido e liberado. 

Romarinho também teria sido baleado de raspão foi atendido no dia do crime e liberado. Ele ainda não foi encontrado pela Polícia.

O advogado ressalta que já haviam sido registrados boletins de ocorrência contra as vítimas e por medo de represália o cliente não passou a identificação do comparsa. Ele pontua que a família de Jean também tem recebido ameaças.

A arma do crime não foi entregue na delegacia e o advogado disse que entregaria, pois seria uma arma a menos nas ruas. Mas a investigação ficará responsável por localizar.

O delegado disse que Jean afirmou que deixou o revólver com “Pretinho” e que não sabia onde estaria a arma. Anteriormente, Jean teria mencionado o nome de um jovem identificado como “Igrejinha”, mas depois voltou atrás e afirmou ter sido um equívoco.

O delegado confirmou a existência dos boletins de ocorrência e disse que serão analisados na investigação. 

João Reis ressalta que duas vítimas ainda não conseguem falar, porém serão ouvidas. Testemunhas também deverão prestar depoimentos.

A polícia deve investigar se a versão do autor é verídica e se o irmão de Jean realmente não teve participação.

Por ter se apresentado espontaneamente, Jean deve responder em liberdade. O menino, de 13 anos, prestou depoimento, mas estava muito assustado e deverá retornar à delegacia. Romarinho já teria sido preso três vezes vezes em flagrante e Jean tem passagem por porte ilegal de arma de fogo.

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