Polícia quer saber se elas também participaram dos rituais 

As filhas do casal preso depois de torturar o sobrinho de 4 anos em supostos rituais de magia negra, foram ouvidas ouvidas nesta quarta-feira (24) por uma psicóloga da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente). Além das primas do garoto, uma menina de 9 anos e outra de 12, a avó também foi ouvida pela polícia.

De acordo com o delegado, Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, o objetivo do encontro é saber qual a participação das meninas nos rituais de tortura e entender até que ponto os fatos influenciaram psicologicamente as crianças.

Lauretto disse que agora, a polícia aguarda a chegada de um rapaz de 18 anos, preso em Aquidauana por suposta participação no crime. O jovem que está prestando depoimento deve ser trazido para Campo Grande.

Novas descobertas das investigações dão conta de que durante as sessões de tortura, os três envolvidos praticavam senpre a mesma ação. “Se um batia, todos os outros batiam. Já se o outro queimava, todos também o faziam, e assim por diante”, relata o delegado.

O caso

A criança foi resgatada na noite desta terça-feira (23) depois de uma visita de rotina do abrigo que constatou os machucados no menino, que tinha muitas lesões pelo corpo, nas costas, pescoço e teve a unha do dedão do pé arrancada, além de ter água quente derramada em sua cabeça.

O menino foi levado para a Santa Casa da Capital e segundo informações da enfermeira que atendeu o menino, ele pode até perder a visão dos dois olhos devido às agressões sofridas. O casal, de 31 e 46 anos, tios do menino tinham a guarda desde maio de 2015.

O menino tem uma irmã, que ainda está no abrigo. Na residência que fica na região central de Campo Grande, foram encontrados dois celulares, R$ 402, pulseiras de miçangas, patuá e um boneco, que segundo informações eram usados em prática de magia negra.

A justificativa para tanta barbárie seria o diabo, como disse a tia. Segundo a autora, eles ouviam vozes, que eram do diabo, e por isso, praticavam as torturas. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e deve ser repassado para a DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente) para investigação.

Psicóloga ouve primas de menino torturado pelos tios