Policiais aguardam decisão do juiz

Promotor que acompanha audiência de custódia, para definir se os três soldados da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), presos na terça (19), responderão em liberdade, solicitou o pedido de soltura do trio. A informação foi passada pelo advogado de defesa, Laudo César Pereira.

De acordo com o advogado, ainda é necessário aguardar decisão e assinatura do juiz para que os policiais possam responder processo em liberdade. Os policiais civis e militares que acompanham a audiência do lado de fora do Fórum acreditam que os soldados sairão do prédio já em liberdade.

Os três soldados, lotados no 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar) foram encaminhados ao Presídio Militar na noite de terça-feira, após denúncia de que teriam agredido um adolescente infrator, de 15 anos.

Protesto

Aspra-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar), ACS-MS (Associação de Cabos e Soldados) e ABSS-MS (Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar) e Bombeiros Militar, divulgaram notas de apoio aos policiais presos e protestaram pela liberdade dos militares. Na manhã desta quinta-feira, pouco mais de 100 policiais foram até o Fórum para acompanhar a audiência.

Entenda o caso

Conforme a denúncia, uma viatura da PM fazia rondas na tarde desta terça-feira (19), quando abordou dois rapazes, sendo um deles o adolescente em questão, em atitudes suspeitas. Segundo relatado no processo, o rapaz que já tem passagens pela polícia, desceu do veículo enquanto o piloto da moto fugiu. De acordo com a Corregedoria, a viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente.

Na abordagem, os policiais teriam levado o jovem até um local ermo e tentado obrigar o adolescente a revelar o paradeiro do comparsa. Em relato à corregedoria, o jovem afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura, sendo pressionado a dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital.

Conforme informado pela família do adolescente, após perder a viatura de vista, o pai ligou para o 190, contando a situação, momento em que a foi acionada e o caso reportado. Algum tempo depois, o garoto, que foi deixado nas proximidades do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), voltou para casa e foi até a Corregedoria acompanhado do pai.

Os policiais negaram a ação, mas acabaram presos por conta do depoimento da vítima e de testemunhas.

Passagens policiais

O adolescente envolvido no episódio que resultou na prisão de três policiais militares tem 15 anos, mas já é dono de um histórico de registros policiais. Ele configura como menor infrator em tentativa de roubo e estupro de vulnerável, enquanto o pai é fichado por estelionato, desobediência, porte de documento falso, coação e ameaça.

Conforme registro feito na Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente), em dezembro de 2013, o adolescente foi apontado com infrator em caso de estupro contra uma menina de 12 anos. Sob ameaças de pegar uma arma, ele forçou a colega de escola a entrar em um terreno baldio, onde violentou a menina.  Na época, a menina declarou à polícia que ainda era virgem. 

Em 2015, o jovem envolveu-se em tentativa de furto, segundo ocorrência registrada na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento a Criança e ao Adolescente). Como vítima, seu nome está associado em um caso de importunação ofensiva ao pudor e ameaça.

O pai do adolescente é apontado como comunicante no caso de importunação contra o filho. Entre os anos de 2007 e 2015, seu nome figura em crimes como estelionato, documentação falsa, coação, ameaça e desobediência. Pelo último crime, foi preso em flagrante, quando era considerado foragido pelos crimes de estelionato. Os inquéritos policiais correm na 1ª Delegacia de .