Carro estava no local há dois dias 

A polícia trabalha com a hipótese que Júlio César Martins Ferreira, de 40 anos, encontrado morto dentro de um veículo estacionado na madrugada de sábado (12) cometeu suicídio tomando veneno. O corpo dele foi encontrado por volta das 2h50 por uma testemunha que passava pela rua e decidiu olhar o carro, estacionado no mesmo local há dois dias.

De acordo com o Delegado Sérgio Luiz Duarte, da 4ª DP (Delegacia de Policia) de , responsável pelo caso, a principal suspeita é que Júlio César tenha cometido suicídio depois de receber a informação que havia sido condenado a 17 anos de prisão por ter matado a esposa Dayane Silvestre Uliana com três tiros no dia 4 de janeiro de 2014.

“Ainda é cedo para falar de forma definitiva, mas trabalhamos com hipótese que ele tenha praticado uma alto eliminação tomando veneno. Ele foi condenado em primeira instancia por ter assassinado a mulher em 2014 e parece que ele ficou sabendo disso no primeiro dia em que o carro foi visto parado no local”, explica o delegado.

 

O caso

Júlio César Martins Ferreira, de 40 anos, foi encontrado morto na madrugada de sábado (12) dentro de um veículo Saveiro que estava parada na Rua Santa Lina, no bairro Vilas Boas, em Campo Grande. Uma testemunha que passava pela rua decidiu olhar o carro, estacionado no mesmo local há dois dias, e percebeu que havia uma pessoa dentro.

 

O crime

Dayane Silvestre foi morta com três tiros na cabeça pelo ex-marido, Júlio César. Ela conduzia um Chevrolet Corsa, quando foi surpreendida pelo homem, que estava na garupa de uma motocicleta e efetuou os disparos. A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Posto de Saúde do Guanandi, mas não resistiu.

A mulher era agredida pelo ex-marido e voltou a morar com os pais e o irmão após se cansar da vida que levava ao lado de Júlio César. Após matar Dayane a tiros, o ex-marido ainda ligou para o cunhado o ameaçando, dizendo que ele seria o próximo.

O autor do crime foi preso no dia 9 de janeiro, mas solto após o juiz negar novo pedido de prisão. Familiares chegaram a fazer protesto em frente ao Fórum, mas Júlio César seguia respondendo o processo em liberdade. Desde o homicídio, o homem é suspeito de enviar cartas para a família da vítima, com ameaças de morte.

De acordo com o registro feito na 4ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande no dia 2 de dezembro de 2015, vários boletins de ocorrência já foram registrados pela família contra Júlio César. Em 2014, o suspeito de matar Dayane enviava cartas para a família, com letras cortadas de jornais e revistas, como um ‘quebra-cabeças'.

Segundo os familiares de Dayane, Júlio César foi condenado a pagar salário mínimo e, após a condenação, não se intimidou e seguiu com as ameaças. Em uma das cartas, ele teria falado que os familiares da vítima estavam “com os dias contados”. Em outra, as letras formavam a frase “se não quiser perder mais um filho, calem a boca”.