MPE diz que procurador suspeito de estuprar meninos deve ficar em cela especial

Pelo fato de Zeolla estar aposentado

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Pelo fato de Zeolla estar aposentado

O Ministério Público Estadual informou nesta quarta-feira (29) que o procurador aposentado, Carlos Alberto Zeolla, de 51 anos, não possui privilégio para ficar em prisão domiciliar. O argumento é pelo fato de Zeolla estar aposentado e não atuar mais como promotor. O MPE também informou que é favorável ao fato de Zeolla não ficar em cela comum por já ter atuado na promotoria, inclusive em âmbito criminal.

Ainda segundo o MPE, o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia disse que Zeolla está em segurança no Centro de Triagem do presídio de Segurança Máxima da Capital.

José Belga Trad, advogado de Zeolla falou que mesmo aposentado, seu cliente ainda é membro do MPE, e por isso ele  teria direito para ficar em prisão domiciliar. “Até amanhã vai ter alguma decisão”, se referindo à decisão judicial que pode dar a prisão domiciliar ou mantê-lo no Centro de Triagem.

Nesta quarta-feira (29), a Justiça ainda não teria recebido o pedido para que o procurador aposentado, Carlos Alberto Zeolla, de 51 anos, preso na última sexta-feira (24), fosse transferido para prestar depoimento na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), em Campo Grande, segundo o advogado José Belga Trad.

“Ainda não tem autorização para que ele (Zeolla) preste este depoimento na delegacia”, explica. Ainda de acordo com o advogado, o pedido para prisão domiciliar ou transferência para ala especial deve ser apreciado nesta terça-feira (28). Zeolla ainda continua preso no Centro de Triagem do presídio de Segurança Máxima da Capital.

A prisão

Carlos Alberto Zeolla, de 51 anos foi preso na última sexta-feira (24) em sua residência pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), sobre a acusação de estupro de vulnerável, fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade e exploração sexual de vulnerável. Este último é o mesmo crime pelo qual o ex-vereador Alceu Bueno e o ex-deputado estadual Sérgio Assis foram condenados em dezembro do ano passado.

O processo corre em sigilo e o caso é investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

O caso

Depois de uma briga entre mãe e filho, em outubro de 2015, a Polícia Civil descobriu que o procurador de justiça aposentado Carlos Alberto Zeolla abusava sexualmente de três meninos, de 13, 11 e 10 anos, todos moradores do Loteamento Nova Serrana. O caso chegou à delegacia depois que a vítima mais velha discutiu com a mãe por causa de uma viagem para a Alemanha, prometida pelo suspeito.

O caso foi encaminhado para a Depca e a delegada Daniella Kades assumiu as investigações. Através de imagens do carro e do número de celular do suspeito os investigadores chegaram ao procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla e ainda localizaram mais duas vítimas, os meninos de 11 e 10 anos.

Zeolla já havia sido condenado a 8 anos de prisão em regime semiaberto em junho de 2011, pelo homicídio do sobrinho Cláudio Zeolla. O crime ocorreu em 2009 e a vítima tinha 24 anos. Cláudio teria empurrado o avô, Américo Zeolla, ex-combatente de guerra, morto no ano seguinte, em abril de 2010 durante uma discussão sobre o uso de um ventilador.

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