Justiça marca primeira audiência de caso de suposto assédio sexual no governo

Denúncia foi oficializada, na polícia, em julho deste ano

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Denúncia foi oficializada, na polícia, em julho deste ano

A 1ª Vara do Juizado de Campo Grande marcou para o dia 17 de fevereiro, daqui dois meses e dez dias, a primeira audiência judicial que vai tratar da denúncia da repórter  Nilmara Caramalac, por crime de assédio sexual, contra o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), instituição do governo estadual, Nelson Cintra.

A denúncia foi proposta pela repórter à delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury, chefe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no dia 20 de julho deste ano, perto de cinco meses atrás.

Da delegacia, o caso foi mandado para o MPE (Ministério Público Estadual), que ainda não mexeu na questão. Antes, denunciante e denunciado devem participar da chamada audiência preliminar, sessão que, na prática pode, ou não, representar uma acordo entre os envolvidos na causa.

Esta audiência, conforme a regra pode ser participada somente pelos advogados da repórter e do chefe da Fundtur.

A reportagem tentou falar, na manhã desta quarta-feira, por telefone, com Nilmara, mas não conseguiu. Já Nelson Cintra, desde a denúncia protocolada, rejeitou a ideia de conversar com o jornal. Por meio de seu advogado, negou a denúncia.

A DENÚNCIA

Nilmara disse ter sido assediada por Nelson Cintra durante uma viagem que fez ao interior do Estado, em julho passado. Ela e uma equipe de TV, a Educativa, produziam reportagens especiais que mostravam pontos turísticos de MS.

Durante as gravações, disse a repórter, Nelson Cintra acompanhava os trabalhos na condição de coordenador. Nilmara disse ter sido o chefe da Fundtur quem a escolhe para a tarefa.

Em depoimento à polícia, Nilmara disse ter sofrido o assédio por meio do Whatsaap e também pessoalmente. Numa das supostas investidas do diretor, ele teria dito a ela que a esperava num quarto de hotel, em Dourados, onde a equipe da TVE pernoitava.

Nilmara disse ter recusado a proposta e, desde então, teria sido hostilizada pelo chefe. Depois de denunciar o caso, a repórter foi afastada da TV.

Conteúdos relacionados