Guerra na fronteira acende debate sobre sanções a países fornecedores de armas
Secretário do RJ e governador de MS defendem mudanças
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Secretário do RJ e governador de MS defendem mudanças
A execução do brasileiro Jorge Rafaat, de 56 anos, morto na quarta-feira (15) em uma emboscada com tiros de armamento pesado em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Mato Grosso do Sul, reacendeu o debate sobre a possibilidade de impor sanções comerciais a países que “exportam” armas. A proposta foi defendida nesta sexta-feira (17) pelo secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. Rafaat era chamado de “Rei da Fronteira” e tido como um dos barões do tráfico na região.
Para o secretário do Rio, a guerra instalada na fronteira deve beneficiar fações criminosas que atuam no eixo Rio-São Paulo, como PCC (Primeiro Comando da Capital) ou CV (Comando Vermelho), que seriam as “herdeiras” diretas do espaço criado com a violenta morte do homem conhecido como “Rei da Fronteira”.
“Isso, na minha experiência, na minha visão, vai ter um impacto muito ruim, principalmente nos grandes centros brasileiros. Assim como aquela metralhadora ponto 50 estava do outro lado da rua, ela poderia estar aqui dentro. E quem garante que equipamentos dessa natureza já não estejam aqui no país?”, afirmou Beltrame em evento no Rio.
Ele se referia ao armamento de guerra utilizado no assassinato de Rafaat. Mesmo em um veículo com blindagem pesada, o narcotraficante foi morto por tiros de metralhadora .50, arma antiaérea de uso restrito das Forças Armadas. A emboscada que resultou nesse assassinato ocorreu a poucos metros da fronteira seca entre o Paraguai e Ponta Porã, município sul-mato-grossense a 313 quilômetros de Campo Grande.
“Aqui no país já tivemos cenas cinematográficas, como as ocorridas no Paraguai. No Rio de Janeiro já tivemos situações assim, em São Paulo, e há um mês, em frente ao Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Em todas as ações, as armas usadas eram procedentes do Paraguai e também da fronteira com o Uruguai”, destacou. “Não podemos ficar aqui sendo alimentados por um ou dois lugares, gerando no Brasil inteiro uma guerra irregular, porque temos de cumprir uma série de requisitos para comprar uma arma, e essas pessoas trazem de fora armas que não temos aqui, sem nenhum tipo de compromisso”, pontuou o secretário, para quem países que não conseguem controlar a “exportação” dessas armas devem sofrer sanções comerciais.
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), avalia que é fundamental o reforço do controle de fronteira. “A violência já está tendo, não é que vai ter. O que aconteceu lá dentro precisa mais do que nunca fortalecer a segurança na fronteira. O governo federal mandar mais efetivo na fronteira. Vamos ter uma diminuição dessa tensão. Se for olhar o quantitativo de forca federais, [as fronteiras] estão abertas. É mais presença das forças federais”, defende.
(Com informações da Agência Brasil)
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