‘Foi injustiça’: associação pede liberdade para PMs presos após abordar adolescente

Corregedoria prendeu os três alegando que houve exagero

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Corregedoria prendeu os três alegando que houve exagero

A ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) informou que vai buscar, nesta -feira (21), audiência de custódia para colocar em liberdade os três policiais militares presos na noite de terça-feira, em Campo Grande, após abordagem a um adolescente na região da avenida Júlio de Castilhos.

Nesta tarde, militares do Batalhão do Choque compareceram com viaturas em  frente ao Presídio Militar, onde estão os policiais presos, como forma de apoio aos colegas. Membros de outros batalhões também compareceram em frente ao presídio. De acordo com o presidente da Associação, Edmar Soares da Silva, a entidade acompanhou o caso desde a prisão dos policiais, disponibilizando, inclusive, sua assessoria jurídica. 

“Acompanhamos os trâmites na expectativa de que, após a audiência, os policiais possam ser colocados em liberdade, corrigindo uma injustiça que foi feita, já que houve ilegalidades nos autos de prisão”, apontou Edmar.

Ainda segundo Edmar, nesta quinta-feira (21), o advogado Deiwes Bosson Nantes, que integra a assessoria jurídica da ACS, comparecerá às 7 horas na Vara de Auditoria Militar, no Fórum da Capital, para tentar acelerar a realização da audiência.

Entenda o caso

Três policiais militares, lotados no 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande, foram presos em flagrante após abordagem do adolescente. A Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) investiga denúncia, feita pelos pais do menor, de lesão corporal.

Conforme a denúncia, uma viatura da PM fazia rondas na tarde desta terça-feira (20), quando abordou dois rapazes, sendo um deles o adolescente em questão, em atitudes suspeitas. Segundo relatado no processo, o rapaz que já tem passagens pela polícia, desceu do veículo enquanto o piloto da moto fugiu. De acordo com a Corregedoria, a viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente.

Na abordagem, os policiais teriam levado o jovem até um local ermo e tentado obrigar o adolescente a revelar o paradeiro do comparsa. Em relato à corregedoria, o menor afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura, sendo pressionado a dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital.

Conforme informado pela família do adolescente, após perder a viatura de vista, o pai ligou para o 190, contando a situação, momento em que a Corregedoria da PMMS foi acionada e o caso reportado. Algum tempo depois, o garoto, que foi deixado nas proximidades do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), voltou para casa e foi até a Corregedoria acompanhado do pai.

Os policiais negaram a ação, mas acabaram presos por conta do depoimento da vítima e de testemunhas. O caso segue em investigação pela Corregedoria e também agora por parte do Judiciário e será apurado se houve ou não exagero por parte dos policiais.

Em nota, o Comando-Geral da Polícia Militar informou que “remeteu os autos do flagrante lavrado ao Juiz competente, que após análise, decidirá sobre o relaxamento da prisão ou não, e um Inquérito Policial Militar foi aberto para, minuciosamente, apurar todas as elementares envolvidas na ocorrência”.

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