Depois de ajudar tanta gente, agora é Cláudia que precisa de auxílio para encontrar Pipa

Poodle de seis anos desapareceu na última terça (12)

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Poodle de seis anos desapareceu na última terça (12)

Na casa da veterinária Cláudia Mendes há algo fora do normal. O silêncio e a ordem dão a ideia de um quebra-cabeça que falta a peça, da foto de família incompleta. Pipa, a poodle mestiça de cerca de seis anos, não late mais à porta, não pula mais no sofá, não brinca mais com o pequeno Gabriel, de cinco anos. É uma ausência dolorida, cercada de incertezas: será que ela está com frio? Com fome? Será que alguém, que a viu no desespero pelo caminho de casa, a acolheu e lhe deu o mesmo conforto que tem em casa? Onde estará Pipa? Quem a viu? Quando a teremos de volta?

São perguntas sem respostas que só não atormentam mais a família porque há esperança de um final feliz. O desaparecimento da poodle desde as 20h da última terça-feira (12) pregou uma peça maldosa na veterinária, que de tão dedicada aos animais dos outros tornou-se referência na cidade. Mas existe o acaso, algo que poderia acontecer com qualquer um. Pipa fugiu enquanto o esposo descia do carro com Gabriel, para buscar Cláudia no trabalho. E não foi mais vista desde então.

Ironicamente, a Pipa desapareceu da mesma forma que foi encontrada, há seis anos. Também chovia forte quando Cláudia a resgatou das ruas. “Era um dia como esses, chovia muito, ela estava ensopada”. Depois do resgate, banho, exames, vermífugo, vacina, alimentação. Ela foi adotada e cresceu forte, saudável, resultado de muito carinho e amor.

 

“Esta foto é a mais recente, foi tirada há duas semanas. A Pipa está bem peluda, com coleira, é castrada, gosta de outros animais e se dá bem com qualquer pessoa. Ela cuida do Gabriel, que é muito ligado a ela. E isso atormenta a gente. É difícil não ter resposta quando ele pergunta por ela”. O sumiço aconteceu na Rua Arthur Jorge com Avenida Mato Grosso. Ninguém na região sabe dizer algo. Três dias depois, ela pode estar em qualquer lugar. Por isso, qualquer um pode ajudar na busca.

A cooperação dos amigos de Cláudia em redes sociais, no entanto, é um termômetro de todo o trabalho que a veterinária desempenha ao longo da carreira. “Não perca a fé, alguém vai encontrá-la”, comenta uma usuária do Facebook, mensagem repetida por outras pessoas em outras postagens. “Ela já ajudou tantas pessoas, agora é a nossa vez de ajudá-la”, comentaram em outra publicação. Tanto carinho na busca faz parte do esforço de centenas de pessoas com ‘dívida’ de gratidão com Cláudia. Fazem o que podem, e torcem para que Pipa reapareça. Mas não há palavra ou acalento para o coração de quem perdeu alguém que se ama. E até agora, nenhum sinal de onde ela possa estar. O telefone só tocou para pistas incertas.

Para Cláudia, que já salvou a vida de tantos animais, a ideia que a deixa tranquila é de que alguém, desconhecido ou não, fará por Pipa o mesmo que ela fez anos atrás. “Ela foi retirada das ruas, da chuva forte. Foi cuidada, aquecida… Espero muito encontrá-la e tenho muita fé de que isso vai acontecer logo. Porém, no caso do pior, eu prefiro que alguém a tenha encontrado e que esteja com ela em casa, mesmo sem saber que ela faz parte da minha família. A possibilidade dela estar vagando por aí é o que me enfraquece. Espero que, se alguém estiver com ela, que esteja cuidando bem, da forma como eu cuidei”.

(Para quem por ventura viu Pipa por aí, o contato é (67) 9114-1221)

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