Vizinho de boate afirma que tiroteios na região são constantes
Ele afirma que ouve tiros todo fim de semana no local
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Ele afirma que ouve tiros todo fim de semana no local
Um morador da Rua da Divisão, de 38 anos, que prefere não se identificar, afirma que casos de tiros e brigas no local são constantes. Ele mora nas proximidades da casa noturna Colizeu, onde um rapaz foi preso na madrugada deste sábado (18) por tentativa de homicídio – segundo o registro policial, o homem entrou no local armado e atirava para o alto enquanto gritava “eu sou bandido”.
De acordo com o morador, que diz também trabalhar na região como autônomo, as confusões são rotineiras. “Todo fim de semana tem tiro aqui, e a polícia nem vê, porque ficamos isolados”, afirma. Para ele, o perigo são as balas perdidas. “Minha casa é de madeira, se um tiro desses atinge a casa, ele entra”, disse.
O autônomo afirmou que ouviu os tiros durante a madrugada. “Eu ouvi os dois disparos, mas nem saí de casa pra ver. Só que isso é comum por aqui”, disse. O morador ainda afirmou que, por causa da movimentação na casa de shows, os carros não conseguem passar. “Esses dias mesmo eu vi um rapaz apontando arma pra um motorista que ficou nervoso tentando passar na rua”, finalizou.
O crime
O registro policial revela que acontecia um show na casa noturna Colizeu enquanto Ricardo Henrique dos Santos, de 28 anos, a todo instante, pronunciava em som alto: “Ah, eu sou bandido, eu sou bandido”. Em determinado momento, ele disparou dois tiros para cima.
O policial militar Cleber Adão Colman, 38 anos, estava à paisana no local e, ao perceber as atitudes de Ricardo, sacou a arma e atirou contra ele, atingindo-o na costela. “Só levei a mão na arma quando eu ouvi ‘aqui é bandido’. A gente estava na hora certa no lugar errado”, contou o PM, que conta nunca ter passado por situação semelhante.
Com Cleber estava também, outro policial, Gustavo Leite Serafim, 32 anos, que serviu de testemunha neste caso. O delegado Enilton Zalla, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, entendeu que o policial fez uma legítima defesa de terceiros. “Mesmo estando à paisana, ele defendeu o dever dele e agiu de forma corajosa, porque do jeito que o Ricardo estava, atiraria em quem fosse possível”, contou.
A arma utilizada por Ricardo é uma pistola Cherokee Bull 9 milímetros, de fabricação israelense, armamento de uso restrito no Brasil. Estava com 14 munições, ou seja, duas a menos que a capacidade, devido aos dois tiros disparados na boate.
Ao receber o disparo do policial, Ricardo caiu no chão e foi encaminhado para a Santa Casa onde, segundo consta, passa bem. Ele está preso por tentativa de homicídio – crime pelo qual já tem passagens –, resistência e porte ilegal de arma.
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