Reinaldo se cala sobre assunto e polícia ainda não tem pistas de autor de suposto atentado

A notícia ganhou destaque nacional e assustou funcionários que fizeram a limpeza do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, após a cerimônia de posse do secretariado do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Um artefato encontrado sob o assento do tucano passou de uma bomba com considerável poder destruição, com pregos e pólvora, a ‘liberador de calor e fumaça’, e o caso está praticamente esquecido pelas autoridades.

Por meio de sua assessoria, o governo do Estado informou que não irá se posicionar oficialmente sobre o assunto. O tucano chegou a dizer que acreditava que o artefato havia sido colocado após a cerimônia apenas para ‘intimidá-lo’.

Já o novo titular do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos a banco, Assaltos e Sequestros), Edilson dos Santos Silva, responsável pelas investigações, informou que ainda não tem prazo para conclusão do inquérito, que poderá ser prorrogado por mais 30 dias. Ele não deu informações sobre o caso.

Questionado se haveria necessidade de prorrogação do inquérito, o delegado foi sucinto: “se for necessário, sim”, disse. Edilson também não sabe quando o vence o primeiro prazo para conclusão das investigações. “Não sei, porque não está comigo, está no cartório, preciso olhar lá”, limitou-se.

Semana passada, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) revelou laudo feito pelo IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), que apontava que as substâncias explosivas encontradas no artefato foram enxofre e pólvora negra, que possuem menor velocidade de reação.

Logo após ser encontrado, o artefato foi ‘deflagrado’ por integrantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar. A explosão foi acompanhada por agentes do Garras e membros da segurança pessoal de Reinaldo Azambuja.

Além de pólvora, as informações preliminares revelaram que a ‘bomba’ foi feita por alguém com um ‘mínimo conhecimento técnico’, e que ela estava envolta e pregos, usados para ampliar o centro de ação e poder de destruição.

O laudo divulgado pela Sejusp foi emitido pela Coordenadoria Geral de Perícias, que constatou que a “queima destes materiais (enxofre e pólvora negra) em ambientes abertos é feita de forma bastante rápida, produzindo a deflagração e desenvolvendo grande quantidade de calor e fumaça, mas não ondas de choque expressivas”, o que diverge da opinião de especialistas ouvidos pela reportagem, que apontaram ainda que devido à complexidade do dispositivo de acionamento, o artefato não teria sido feito por ‘amadores’.