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Polícia

“Sempre tem agressão”, diz travesti que foi esfaqueada por cliente em Campo Grande

Após as agressões, a travesti conseguiu sair do carro e pedir ajuda na rua
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Após as agressões, a travesti conseguiu sair do carro e pedir ajuda na rua

Após as agressões, a conseguiu sair do carro e pedir ajuda na rua

“Sempre tem agressão. Param e jogam pedra, garrafa e humilham a gente”. Assim, a travesti *B. de 22 anos, que foi vítima de uma tentativa de homicídio na última quinta-feira (15), define como é o trabalho dela na rua. “Eu to trabalhando de boa. Humilham, agridem agente com palavras e objetos. Eu acho errado, porque se não gosta de travesti, nem passa naquela rua que sabe que tem travesti”, diz.

A travesti ainda se recupera das facadas que levou do cliente. Está tomando medicamentos, teve que levar oito pontos na perna e perdeu um dente. Sobre o momento da agressão, B. diz que o cliente estava drogado e que ainda tentou roubar a bolsa dela.

A agressão aconteceu durante a madrugada na Avenida Costa e Silva. A travesti conta que o cliente perguntou quanto ela cobrava, recebeu a resposta e falou que não faria um programa, que ela seria apenas companhia. Ela avisou que não usava drogas e os dois seguiram para um motel, onde o cliente teria usado entorpecentes.

O homem pagou R$ 50 pela hora, mas quis exigir que B. ficasse mais tempo. Como ele não tinha dinheiro, a travesti disse que não poderia ficar a noite inteira com ele sem receber.  Os dois saíram do motel e ela pediu para ficar próximo a um supermercado, mas o cliente não quis e disse que a deixaria no local onde a pegou.

“Ele foi andando, parou em uma rua deserta e ficou falando: devolve meu dinheiro. Falei não vou devolver nada. Ele começou a pegar um negócio e mandou a primeira facada. Segurei e que cortou a minha mão”, relembra a travesti.

Após as agressões, B.  conseguiu sair do carro e pedir ajuda na rua. Uma mulher passava pelo local e a levou para o posto de saúde. Nesta sexta-feira (16), a travesti vai passar por exame de corpo de delito. “Espero que ele responda. Ele tem que pagar pelo que ele fez comigo. Ele queria me matar. Perdi um dente, me feriu demais”, finaliza.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio na Polícia Civil, que vai investigar o caso. A polícia foi até o motel e conseguiu a cópia do pagamento feito pelo cliente, que usou um cartão bancário. Além disso, o estabelecimento tem circuito com câmeras de segurança.

A presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de MS) Cris Stéfanny também confirma que os casos de agressões às travestis são frequentes, principalmente, as humilhações.

“É contínuo, por que todos os dias passam filhinho de papai na rua e tacam pedra nas travesti, saco de xixi, fazem arruaça. Às vezes vai com três quatro amigos”, diz. Segundo ela, nos últimos anos, a polícia tem trabalhado para resolver os casos de agressões a até mortes causadas por homofobia e transfobia. Por isso, ela espera que neste caso, seja possível identificar o agressor e que ele responda pelos atos.  

“A gente tem que abrir os olhos da sociedade, que elas não estão batendo na porta de ninguém, não estão pedindo para ninguém ir lá pegá-las na rua. Se vai, porque não paga o combinado e evita esse tipo de situação?”, questiona Cris.

*A travesti teve a identidade preservada

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