Quadrilha que roubava gado em MS deu prejuízo de mais de R$ 1 milhão

Empresário de Aquidauana ajudava na ‘venda’ dos animais que tinham até 30 remarcas

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Empresário de Aquidauana ajudava na ‘venda’ dos animais que tinham até 30 remarcas

Há um ano uma quadrilha se especializou em venda de gado. O crime foi descoberto há 30 dias, quando equipes da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Sequestros) iniciaram uma investigação e contaram com o apoio da 1ª DP (Delegacia da Polícia Civil) de Aquidauana, município localizado a 143 quilômetros a oeste de Campo Grande, Famasul-MS (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e o Sindicato Rural de Campo Grande.

Durante a coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (9), os delegados da Garras, Edilson Santos e Fabio Peró, informaram que o prejuízo dos empresários pode passar de R$ 1 milhão. Onze pessoas foram identificadas, dez delas detidas e apenas uma está foragida.

Os presos são: Ronaldo Ribeiro Melo, de 25 anos, Hélio Ângelo dos Santos, de 38 anos, Dilson Aparecido Almada, de 38 anos, Leandro Sanches, de 18 anos, Elias Gomes de Sena, de 52 anos, Luís Fernando de Oliveira Farias, de 26 anos, Eliton Pereira Souza, 26 anos, além dos irmãos, Odair José Moraes, de 26 anos, Marcos Lean Moraes, de 22 anos, Marcio Antonio Moraes, de 24 anos.

Já o foragido é Antônio da Paes Melo, de 45 anos. Com a quadrilha foram apreendidos veículos e dois revólveres, sendo um deles de calibre 36, que era usado para abrir os cadeados das fazendas onde os crimes ocorriam. Eles vão responder pelos crimes de receptação, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, furto e porte ilegal de arma de fogo.

Organização

A investigação deu início após dois furtos de gados ocorridos em uma fazenda na BR-262. O primeiro ocorreu no fim de janeiro, onde foram levados 12 bezerros da raça brangus, considerada de alto valor comercial, e destinada à reprodução. Já no dia 5 de fevereiro, a quadrilha retornou à propriedade rural e levou mais 110 animais.

Após estes dois crimes, a polícia constatou que houve 12 ocorrências da mesma natureza na região. Com isso, descobriu que a quadrilha havia se especializado no crime. Os responsáveis foram identificados como Hélio, Ronaldo e Dilson.

Hélio era o proprietário dos caminhões que faziam o transporte dos animais, ele tinha os outros dois como comparsas. Os demais trabalhavam nas funções de motoristas, peões e olheiro.

Por três dias, um suspeito cuidava a fazenda e a rotina. Depois de fazer o levantamento,os demais iam até o local e colocavam os animais nos caminhões, fato que ocorria durante a madrugada. Nas fazendas onde não havia rampa para que o gado subisse no veículo, os criminosos chegaram a construí-la.

Em seguida, os animais eram passados a um empresário influente na cidade de Aquidauana, que fazia a venda deles. O homem chegava a remarcar o gado. Tendo alguns até 30 cicatrizes de diferentes marcas.

Investigação

O crime foi descoberto após imagens de câmeras de seguranças de postos de combustíveis localizados nas margens da rodovia, que ficam próximos das fazendas onde houve os furtos. A partir dos vídeos, os policiais descobriram que os caminhões usados nos delitos eram escondidos e saíam do esconderijo apenas para serem utilizados em novos furtos.

Porém no início da semana passada, Hélio, Ronaldo e Dilson deixaram um esconderijo com um dos caminhões para levá-lo a um conserto, ocasião que houve o flagrante das equipes policiais que estavam em campana. Com a prisão, o trio delatou os comparsas e contou como funcionava o crime.

Durante as investigações, a polícia descobriu uma evolução no patrimônio de Hélio, que é considerado o mentor da organização, por conta disso, foi apurado que os delitos se iniciaram no começo de 2014.

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