A prática vista por muitos como ‘inocente’, para a polícia pode apresentar vários riscos
A finalidade da página no Facebook é divulgar grupos de WhatsApp e ‘recrutar’ mais gente para as conversas sobre os assuntos mais variados. Sem pensar nos perigos que a exposição traz, homens, mulheres e até adolescentes participam das conversar e deixam registrados seus telefones e até endereços nos comentários.
Nas páginas criadas os participantes divulgam grupos para aqueles que querem encontrar um novo namorado, novos amigos, pessoas que tenham um objetivo em comum, como estudar para concursos ou vender roupas que não usam. Outros preferem publicam apenas uma foto, com o pedido para os que se interessarem deixarem os telefones.
A prática vista por muitos como ‘inocente’, para a polícia pode apresentar vários riscos. “Nesses grupos você precisa ter muita cautela, porque não sabe com quem está falando, se é um bandido, um pedófilo”, afirma o delegado Valmir Moura Fé, lotado na DEH (Delegacia Especializada de Repressão Aos Crimes de Homicídios).
O delegado destaca que mesmo com poucas pessoas participando do grupo, não há uma seleção para os membros, o que expõe os telefones para gente de má intenção. “A pessoa começa a conversar, ai conta onde mora, onde trabalha. Se for um ladrão vai ter todas as informações para realizar o crime”, lembra.
Outro problema, segundo Moura Fé, é o número de adolescente em contato com grupos titulados ‘de putaria’. Os números passa despercebido pelos administradores, que adicionam os jovens e compartilham vídeos e fotos pornográficas.
Esse é o caso e um garoto de 15 anos, que assim como muitos, já participou de grupos desde gênero. “Entro quando vejo que tenho amigos em comum, os eles me indicam. Nunca tive problema”, alega o jovem.
Para outra participante do grupo, que teve o nome preservado, o perigo existe sim, mas acaba passando despercebido. “Acho perigoso sim, mas na hora fiz sem pensar, coloquei o telefone porque achei que o grupo ia ser interessante”, explica a jovem, de 22 anos.
A mesma opinião é dividida por outra internauta. Depois de comentar uma postagem que oferecia trocas de informações entre concurseiros, a mulher, de 33 anos, relatou para o Jornal Midiamax que não é a primeira vez que faz isso. “Já deixei meu telefone em vagas de emprego também. Sei que é perigoso, mas costumo fazer isso quando o grupo tem finalidades legais” afirma.
“Por ser um grupo fechado, da uma sensação de segurança, mas muitas pessoas tem acesso. Quem quiser participar desse grupo precisa ter cautela. Já para os pais, aconselhamos monitorar os passos do filho”, conclui Moura Fé.