Juiz havia determinado em julgamento que acusado voltasse para presídio

O ex-policial militar Bonifácio dos Santos Júnior, de 39 anos, que foi condenado a 19 anos de prisão por matar o jovem Ike César Gonçalves, então com 29 anos, no dia 28 de outubro de 2012, recorreu da sentença e conseguiu na segunda-feira (18), um Habeas Corpus para permanecer em liberdade.

O desembargador Francisco Gerardo de Sousa concedeu o benefício, justificando que Bonifácio aguardou o julgamento em liberdade e nem por isso, colocou a ordem pública em perigo. Na decisão do juiz Thiago Nagasawa Tanaka, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de , o magistrado havia decretado a prisão do policial com base para resguardar a credibilidade do Poder Judiciário, evitar a sensação de impunidade e garantir a ordem pública.

Os defensores de Bonifácio alegaram que ele compareceu a todos os atos processuais, nunca mudou de casa e não se envolveu em nenhum fato de natureza delituosa desde 2013. O desembargador concedeu a liminar e determinou o comparecimento do policial a todos os atos do processo, o proibiu se ausentar da cidade sem autorização e obrigatoriedade de informar o endereço onde poderá ser encontrado.

Bonifácio foi preso ao fim do julgamento e deve sair do Centro de Triagem Anísio Lima ainda na tarde desta terça-feira (19).

Crime

O crime aconteceu durante a madrugada daquele dia. O ex-policial que era lotado na extinta Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e de Operações Especiais), teria efetuado vários disparos contra as pessoas que estavam na rua, na frente da Boate Santa Fé, na Vila Bandeirantes, por causa de uma briga. Bonifácio foi detido com um colega, o também policial militar Osni, que teria ajudado na fuga do suspeito.

Eles chegaram a ficar detidos, mas Osni teve o pedido de Habeas Corpus deferido e posto em liberdade no dia 19 de dezembro de 2012. Já Bonifácio teve o pedido de liberdade concedido em 15 de abril de 2013.

Os dois sempre negaram os crimes em todas as oportunidades em que foram ouvidos, mas várias testemunhas afirmam que eles são os autores dos delitos. Durante a fase de instrução do processo foram ouvidas 17 testemunhas.