Separados, ela queria ir para os Estados Unidos

Em julho de 2006, Claudia Rodrigues Carvalho Marques, na época com 37 anos, foi assassinada pelo ex-marido Vanderley Marcelino Marques, hoje, com 46 anos. Ele só foi considerado suspeito de cometer o qualificado, por , quatro anos depois.

De acordo com as investigações que consta no processo que está sendo julgado na 2ª Vara do Tribunal do de , na manhã desta quarta-feira (15), o fato teria ocorrido por conta de brigas domésticas. Apesar de separados legalmente, os dois conviviam na mesma casa e discutiam por conta da venda do imóvel, já que a vítima queria viajar para os Estados Unidos.

Consta que ela morou durante seis anos, chegou a juntar dinheiro, mas quando retornou para Campo Grande, acabou se arrependendo, pois o valor salarial era bem menor, conforme relatos de testemunhas. Ela já havia combinado com um amigo, americano, que viria no fim daquele ano ao Brasil, para casar com ela e desta forma legalizar a situação dela por lá.

Estes dados passados por testemunhas, fizeram com que a polícia mudasse o foco da investigação, pois a princípio o caso havia sido registrado apenas como homicídio. E a perícia constatou que, na verdade o crime teria sido premeditado.

Investigação

No dia do crime, Vanderley estava na casa da cunhada, onde recebeu o convite de jantar. Ele resolveu sair de lá para pegar o filho que estava com 12 anos na época, e brincava na casa de um amigo, passar no imóvel em que morava e convidar a vítima para ir jantar na casa da parente.

Ele fez o trajeto. Ao chegar ao imóvel, abriu o portão de elevação e guardava a motocicleta, enquanto a criança entrou na casa, que estava com a porta aberta e viu a mãe ensanguentada na sala, com uma toalha sobre o corpo. Assustado, o menino saiu da casa e pediu socorro ao pai.

Neste momento, ele teria se surpreendido com o crime e pediu a ajuda de populares que ligaram para o socorro. Bombeiros e PM (Polícia Militar) estiveram no imóvel localizado na Avenida Presidente Ernesto Geisel, no Jardim Nhanhá, região sul de Campo Grande, quando perceberam que Claudia estava morta.

Na época, a polícia estranhou que o local não estava arrombado e que o carro dela estava na varanda, porém não foi levado. Ocasião que o ex-companheiro alegou que ela tinha dólares e reais que guardava em casa e os valores não foram encontrados.

Porém na semana em que houve o sepultamento do corpo da vítima, Vanderley chegou a mostrar a ‘bolsa' de dinheiro que era guardada pela vítima a amigos. Fatos que chegaram ao conhecimento policial. Com isso, foi descoberto que o suspeito no dia do crime, no horário do almoço, teria sumido, ocasião em que houve a morte de Claudia.

Laudos periciais mostraram que a vítima foi morta com golpes de um bastão de madeira e que foi surpreendida pelos criminosos, pois ela não tinha sinais de defesa. As lesões foram provocadas na cabeça e por facadas no abdome.

Com isso, o MPE (Ministério Público Estadual) afirmou que o suspeito utilizou de recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que se valeu da superioridade física e a atingiu de forma surpreendente, quando a vítima estava desarmada e desprotegida. A ação foi considerada de maneira torpe, pois a intenção percebida durante a investigação é que ele não queria dividir os bens e deixá-la ir para os Estados Unidos.