A família pede a pena máxima para o crime 

A família do professor de informática Bruno Soares da Silva Santos, de 29 anos, se reuniu na tarde desta segunda-feira (22) para pedir justiça em frente ao Fórum Heitor Medeiros, onde acontecia a 1ª audiência sobre o caso. A vítima foi assassinada no dia 16 de março, pelo eletricista Francimar Câmara Cardoso, de 30 anos.

No dia do crime, o eletricista foi até a escola de informática em que Bruno trabalhava depois de descobrir um suposto assédio que a mulher dele teria sofrido por parte da vítima. O rapaz morreu ainda no local, depois de ser atingido por um tiro de calibre 26.

Mais de três meses depois, a família da vítima voltou a se reunir com faixas e camisetas estampadas com fotos do professor, para pedir que Francimar seja condenado com a pena máxima para o crime. “Queremos justiça, a justiça dos homens, porque na de deus ele já foi condenado. Onde ele for, sempre vai ser o assassino do meu filho”, afirma Marli Soares de Silva, madrinha e 2ª mãe de Bruno.

Com lágrimas nos olhos a mãe biológica do professor, Arlete Soares da Silva, de 59 anos, lembra o crime que tirou Bruno dos seus braços. “Faz três meses, mas parece que foi ontem. Ele [Francimar] premeditou o crime, não deu chance do meu filho de defender, é uma dor muito grande”, lamenta.

Para elas, a mulher de Francimar mentiu quando falou que Bruno tentou abusar dela. Segundo familiares, amigos de trabalho contaram que a esposa do autor costumava ficar trancada com a vítima em uma sala todos os dias e que o suspeito já havia brigado com outras pessoas por situações parecidas.

Entre pedidos de justiça a família lembra do homem feliz, que fazia todos rir e era a alegria da casa. “Ele era a alegria da família. As crianças adoravam ele, o sobrinho dele de 4 anos chora toda vez que lembra dele, estamos acabados”, lembra a madrinha.

A audiência desta tarde, que aconteceu na 2ª Vara do Tribunal do Júri, contou com a presença do autor e outras oito testemunhas de acusação. O juiz Aluizio Pereira de Santos responsável pelo caso agendou a próxima para o dia 28 de julho.

Caso

A mulher de Francimar relatou à polícia que trabalhava com Bruno e que, no dia 23 de fevereiro, foi abordada pelo rapaz quando estava em um ponto de parada de ônibus na Rua Maracaju, próximo da empresa, a caminho de casa. Ela foi levada por ele para um corredor, onde teria sido molestada.

Dias após o ocorrido, ainda segundo a versão da mulher, ela foi para a casa de parentes na cidade de Aquidauana com o marido, e resolveu contar o que teria acontecido. Para ‘assustar’ Bruno, Francimar pegou uma espingarda com registro de roubo, e foi até a escola. No local ele perguntou pelo professor e depois de se certificar de quem ele era, atirou.

O suspeito usou um carro locado pela empresa para a qual trabalha, de automação bancária, para ir até lá. Na fuga, abandonou o veículo próximo do Terminal Júlio de Castilho. O irmão dele, também foi denunciado pela polícia e responde pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, já que a arma utilizada no crime teria sido entregue por ele.