Conta do veterinário seria causa de abandono de cadela mutilada no Coophavila

Animal foi entregue para o sacrifício

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Animal foi entregue para o sacrifício

A conta do veterinário de R$ 2 mil seria a causa do abandono da cadela Vitória de apenas 3 meses e pesando quase dois quilos. O animal foi atropelado no fim do mês passado e levado pela dona a uma clínica, que negou o atendimento após ter o conhecimento de quanto ficaria o tratamento.

De acordo com a protetora dos animais, Michele Brum Lopes, garotas do Bairro Coophavila II, região sudoeste de Campo Grande, teriam interceptado dois adolescentes que estavam armados com facas e mutilavam o animal. O fato  aconteceu na Avenida Nasri Siufi entre as ruas Restinga e Verde Louro, conhecida também como Ouro Verde.

A dona da cachorrinha foi localizada por causa de uma clínica veterinária, onde ela levou a cachorra logo depois de ser atropelada. “Ela falava com o marido por telefone, como se fosse a dona, dizendo que a culpa era dos filhos, por ter deixado portão aberto e o animal escapou”, explica a protetora.

Por conta desses detalhes e pelo desespero dela, a médica veterinária percebeu que a cadela pertencia à mulher. Ela fez a limpeza do ferimento do atropelamento, foi medicada e teria que fazer uma cirurgia, pois as perninhas seriam amputadas.

“A mulher levou a cachorrinha embora em uma caixa de papelão, disse que não poderia pagar e ainda perguntou se o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) ia até a casa dela para levar o animal para o sacrifício”, diz Michele.

“Infelizmente esta situação é mais comum do que deveria ser. Já vi muita gente com cachorros e gatos com situações iguais e até pior, e conseguirem ajuda por meio dos perfis das ONG’s de proteção aos animais disponíveis no Facebook”, comenta a protetora.

Investigação

Mais tarde, adolescentes foram vistos carregando a mesma caixa de papelão pelo Coophavila e entraram em um matagal da região. “Os gritos e uivados dela era desesperador. Muitos moradores saíram às ruas para ver o que acontecia. E duas garotas conseguiram resgatar a Vitória das mãos deles, que estavam armados com facas”, revela Michele.

Os dois adolescentes já foram identificados e passaram por uma oitiva na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento da Infância e Juventude). O inquérito será encaminhado para a Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista), onde segue a investigação, já que a proprietária do animal foi localizada e também já prestou esclarecimentos.

A princípio, ela negou ser dona da cadela, dizendo que pegou na rua após perceber que havia sido atropelada, entretanto, acabou admitindo era a proprietária, mas que estava apenas há um dia com o bichinho. “O que as pessoas têm que entender que o animal requer cuidados, carinho e gastos. Não é como uma cadeira, que quebra a perna e nós colocamos no lixo”, frisa a protetora.

A equipe do Jornal Midiamax falou o titular da Decat, Wilton Vilas Boas de Paula, que informou que o caso está avançado e que as pessoas envolvidas já foram identificadas.

Uma das hipóteses levantadas pela investigação é que se a dona deu o animal para os adolescentes abandonarem ou para que eles sacrificassem.

Rede de ajuda

A conta da clínica onde Vitória está internada já foi paga por conta das doações de diversas pessoas que se sensibilizaram com a história. A médica veterinária de lá, Jucimara Costa Pereira, informou que a doações deram para cobrir inclusive os valores de outras cirurgias.

As ajudas para Vitória ocorreram por meio das páginas Vira Lata MS, Abrigo dos Bichos, Cão Feliz e Feliz Amigo. “As pessoas podem levar o animal para os hospitais universitários, como UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Aguanhare/Uniderp, pois lá o custo é menor, inclusive para famílias carentes”, ressalta a protetora Michele.

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