Com acordo, ‘Policial Pitbull’ escapa de apresentação e entrevista coletiva

Suspeito se apresenta um ano após homicídio

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Suspeito se apresenta um ano após homicídio

Na coletiva marcada para a manhã desta quinta-feira (26), o titular da 2ª DP (Delegacia da Polícia Civil), Alexandre Amaral Evangelista, não apresentou o policial civil aposentado Carlos Roberto Cerqueira, o “Policial Pitbull”. “Ele fez uma proposta e firmamos um acordo, por isso ele não foi apresentado”, explica o delegado.

O suspeito disse que colaboraria com a investigação desde que não fosse apresentado. Ele compareceu na quarta-feira (25), um ano após o assassinato do comerciante Rodrigo José Rech, de 31 anos, e de um atentado contra um adolescente que trabalhava como pintor.

Com faixas e cartazes, a família de uma das vítimas foi até a frente da unidade policial pedir por ‘justiça’ e ficou indignada com a não apresentação do policial. “Isso é uma afronta à nossa dor, ele fez tudo premeditado, se apresentar após um ano. O Poder Judiciário tem que mantê-lo preso, pois isso só demonstra a frieza dele”, disse à equipe do Jornal Midiamax, Renata Rech, irmã do comerciante.

“Estou indignada com preservação dele, tinha que mostrá-lo, assim como é feito de praxe”, completam os familiares do comerciante.

Investigação

O inquérito policial tem mais de mil laudas e o delegado tem dez dias para a conclusão, pois este é o prazo da prisão preventiva do suspeito, caso contrário, ele pode ser liberado. Entre os documentos há pedido de ajuda da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), pois na quebra do sigilo telefônico dos familiares foram descobertas várias ligações feitas para o Paraguai.

Pitbull afirmou que estava em um local próximo da Ciudad del Este, no Paraguai. Ele recebeu o dinheiro da aposentadoria que era sacado pelos filhos do policial, que iam até Cuiabá (MT), na tentativa de despistar a polícia, que fazia campana, mas não flagrava o suspeito.

Na versão de Pitbull, ele teria perdido a cabeça durante uma discussão que ocorreu no Bairro Monte Castelo, área norte de Campo Grande, e atirou contra o pintor. Em defesa do adolescente, o comerciante se aproximou. “Ele contou que tudo embaçou na frente dele por conta do que estava acontecendo e por isso atirou na vítima, que ele acredita que estava armada”, fala o titular da 2ª DP.

O delegado também revelou que há dez anos o policial aposentado não passa por um exame médico para comprovar que continua doente. “Na época ele foi diagnosticado por esquizofrenia e por isso foi aposentado, mas com o tratamento, ele deveria ter passado por outro exame, que ele não o fez, e mesmo assim, o salário não foi interrompido”, conta o delegado Alexandre.

O titular relatou ainda que Pitbull vai passar por exame médico agora que está preso, caso a junta médica indique que o suspeito está apto a voltar para o quadro da Polícia Civil, ele pode passar por um processo administrativo e pode ser exonerado. O suspeito está em um das celas do Ptran (Presídio de Trânsito de Campo Grande), que fica no Bairro Noroeste, região leste da Capital.

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