Após empurra-empurra e agressões entre familiares, Francimar se entrega na 1ª DP

Suspeito de ter executado Bruno Soares se apresentou nesta quinta-feira

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Suspeito de ter executado Bruno Soares se apresentou nesta quinta-feira

A cena vista na manhã desta quinta-feira (19) na porta da 1ª DP (Delegacia da Polícia Civil) de Campo Grande, no Centro, foi de empurra-empurra e troca de agressões, tanto físicas quanto verbais. O motivo foi a presença de Francimar Câmara Cardoso, que foi se entregar como autor do assassinato do professor Bruno Soares da Silva Santos, na segunda-feira (16).

Francimar, que teve a prisão temporária decretada, chegou à unidade acompanhado do advogado Marcos Ivan. Porém, familiares dele e da vítima já estavam por lá e começaram um empurra-empurra.

A situação fez com que os ânimos se aflorassem e, por conta disso, as duas famílias começaram a trocar agressões, atingindo inclusive o advogado e Francimar. Policiais da unidade ajudaram para que o defensor e o suspeito entrassem na delegacia.

Neste momento, os parentes começaram a agressão verbal chamando Francimar de “corno” e de “assassino”. Enquanto os familiares do suspeito também começaram a gritar palavras ofensivas, como “estuprador” e “psicopata”.

Com a confusão, a porta principal de entrada da 1ª DP foi arrombada – ela estava trancada por conta de uma reforma. A confusão só parou depois que o advogado e o cliente entraram na unidade policial – Francimar deve ser ouvido pelo delegado Miguel Said, que está à frente do caso.

“A morte do rapaz foi uma fatalidade, pois meu irmão nunca teve intenção de matá-lo, era só pra dar um susto. Espero que este mal-entendido seja esclarecido e ele responda a isso em liberdade, pois a nossa família precisa muito dele”, disse o irmão do suspeito, Diego Câmara, à equipe do Jornal Midiamax.

Caso

O delegado ressaltou que desde segunda está ouvindo diversas testemunhas. “Desde amigos e colegas de trabalho de Bruno, como a esposa do suspeito”, diz. Ao menos dez pessoas já foram ouvidas, porém há outras a serem chamadas.

Segundo Said, a mulher de Francimar disse que trabalhava com Bruno e que, no dia 23 de fevereiro, foi abordada pelo rapaz quando estava em um ponto de parada de ônibus na Rua Maracaju, próximo da empresa, a caminho de casa. Ela foi levada por ele para um corredor, onde teria sido molestada – não há detalhes sobre que tipo de ato teria havido.

A esposa do suspeito afirma que se sentiu constrangida com a situação, porém relatou o fato a outras colegas da empresa e até mesmo ao diretor, para quem pediu afastamento temporário do local de trabalho. Entretanto, resolveu procurar a polícia para fazer a denúncia dez dias após o delito.

No fim de semana passada, ainda segundo a versão da mulher, ela foi para a casa de parentes na cidade de Aquidauana com o marido, na ocasião resolveu contar o fato. Na segunda-feira seguinte, Francimar pegou uma espingarda de calibre 26 do pai, que já é falecido, e foi até a escola para ‘acertar as contas’.

O suspeito usou um carro locado pela empresa para a qual trabalha, de automação bancária. Na fuga, abandonou o veículo próximo do Terminal Júlio de Castilho.

De acordo com o advogado de defesa de Francimar, o suspeito estava fora do município.

Investigação

Desde a manhã de segunda-feira, equipes da 1ª DP estavam à procura de “Francimar”. De acordo com testemunhas, ao chegar à escola, o homem apenas confirmou o nome da vítima e disse que tinha “uma encomenda”.

Em seguida, ele saiu da sala, foi até o Gol cinza, placas PUX-8111, de Belo Horizonte (MG), e pegou uma arma de cano longo, que estava enrolada em um edredom. Depois, voltou para a recepção da empresa.

O suspeito foi até a sala onde estava a vítima e disparou contra Bruno, que teria levantado a mão na frente do rosto na tentativa de se proteger. Um único tiro atingiu o tórax da vítima, abaixo da axila esquerda.

Em seguida, o suspeito fugiu do local. As imagens do circuito de segurança da escola de cursos profissionalizantes ajudaram nas investigações da Polícia Civil.

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