A presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (15) as investigações da Polícia Federal (PF) no caso de corrupção envolvendo a Petrobras. Ela disse que em qualquer empresa pode haver pessoas que pratiquem malfeitos, e destacou que o atual governo nunca tirou a liberdade da PF de investigar as denúncias.

“Em qualquer lugar, em qualquer empresa, têm pessoas que fazem malfeitos. O que você tem que fazer é investigar. Quem joga corrupção para baixo do tapete, quem não investiga, não descobre. Eu quero lembrar que tudo o que está ocorrendo, que está sendo revelado sobre a Petrobras, foi investigado pela Polícia Federal, um órgão do governo federal vinculado ao Ministério da Justiça. Portanto, nós sempre demos extrema liberdade para a Polícia Federal fazer todas as investigações”, disse Dilma.

A presidenta lembrou que o governo adotou diversas ações para aumentar o nível de transparência e investigação, incluindo a escolha de procuradores independentes do Ministério Público Federal (MPF).

“Nunca escolhemos um procurador que não fosse o que o Ministério Público [Federal] colocasse na sua lista. Nós nunca escolhemos um engavetador geral da União. Nunca engavetamos um processo. Criamos um Portal da Transparência. Todo o gasto do governo federal vai para a internet logo que é feito, no máximo em 24 horas. Criamos a Lei de Acesso à Informação, que assegura ao cidadão brasileiro pleno acesso às informações do governo. Criamos a Lei da Ficha Limpa e criamos a lei que pune tanto os corruptores quanto os corruptos”, disse ela.

Dilma comentou também as reiteradas declarações dos candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), que vêm levantando acusações ao governo em relação à Petrobras. Aécio tem dito que pretende “reestatizar” a companhia, retirando-a do controle do PT, e Marina falou, na última semana, que o PT havia colocado o ex-diretor Paulo Roberto Costa para “assaltar” a Petrobras.

“Um candidato que fala que vai reestatizar é aquele que quis privatizar. Quiseram até trocar o nome de Petrobras para Petrobrax. Lamento o que falou a outra candidata, até porque dos 12 anos aos quais ela se refere, [em] oito ela estava no governo como eu, e o resto dos anos, ela estava no Senado. Eu acho que aquilo é uma fala que não é de muito alto nível. Lamento aquela fala”, acrescentou.

A presidenta falou com os jornalistas após participar do lançamento do livro Um País Chamado Favela, de Celso Athayde e Renato Meirelles, com dados sobre a população favelada no país. O evento aconteceu sob o Viaduto Negrão de Lima, no bairro de Madureira, tradicional ponto de resistência cultural, na zona norte da cidade, sede da Central Única das Favelas (Cufa).