Quarenta servidores da Polícia Federal se reuniram nesta terça-feira perto do hotel onde está sendo realizado um workshop da Fifa com as 32 seleções que disputarão a Copa do Mundo para protestar contra as condições de segurança do país.

“Vamos ver se a gente muda a cara da segurança pública no Brasil, que está insustentável”, disse à Reuters o presidente do sindicato dos policiais federais no Estado de Santa Catarina, Joel Moraes.

A categoria, que realizou uma paralisação na semana passada e promete outra para a semana que vem, pede o reconhecimento do trabalho dos agentes, escrivães e papiloscopistas com a reestruturação da carreira.

Eles usavam camisas pretas com a frase “Polícia Padrão Fifa” e pedindo a aprovação da PEC 51, uma proposta de emenda constitucional que prevê mudança na polícia e inclui carreira única e desvinculação das Forças Armadas. Carregavam ainda uma faixa preta que dizia SOS Polícia Federal.

Os manifestantes foram mantidos a cerca de 300 metros do hotel onde a Fifa organiza reuniões com as equipes do Mundial, no Costão do Santinho, local em que vai anunciar, nesta terça-feira, se Curitiba será mantida na Copa, após atrasos na reforma de seu estádio, a Arena da Baixada.

Um policial que estava na manifestação e pediu para não ter seu nome divulgado afirmou que eles pretendem usar os grandes eventos para mostrar suas reivindicações.

As manifestações são uma preocupação da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL), após grandes protestos atingirem as seis sedes da Copa das Confederações, em junho do ano passado. Os protestos começaram em virtude do aumento da tarifa dos transportes públicos e passaram a reivindicar melhorias nos setores sociais e a reclamar dos gastos com as competições esportivas.

Na segunda-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, demonstrou preocupação com possíveis manifestações violentas durante a Copa do Mundo e disse que a polícia tem que garantir o acesso dos torcedores aos jogos.

“Uma manifestação não pacífica com pessoas querendo apenas baderna, provocando as autoridades, só há uma maneira de lutar contra isso e a polícia terá que fazer com que os espectadores acessem os jogos”, disse Valcke a jornalistas em Brasília.