Polícia segue com interrogatório de sudanesa cristã presa em aeroporto

A sudanesa cristã que havia sido condenada à morte por apostasia e depois teve sua pena cancelada continua sendo interrogada pela polícia em Cartum, informou nesta quarta-feira (25) seu advogado. Meriam Yahia Ibrahim Ishag foi detida na terça-feira (24) no aeroporto de Cartum quando se preparava para deixar o Sudão após o cancelamento de sua […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A sudanesa cristã que havia sido condenada à morte por apostasia e depois teve sua pena cancelada continua sendo interrogada pela polícia em Cartum, informou nesta quarta-feira (25) seu advogado.

Meriam Yahia Ibrahim Ishag foi detida na terça-feira (24) no aeroporto de Cartum quando se preparava para deixar o Sudão após o cancelamento de sua condenação à morte por apostasia.

Ishag, de 26 anos, não está oficialmente detida, mas está sendo interrogada em uma delegacia sobre a autenticidade de um documento de viagem de urgência expedido pelo Sudão do Sul, declarou o advogado Mohanad Mustafa à AFP.

Seu marido, o americano Daniel Wahi, e seus dois filhos, incluindo uma menina nascida quando estava na prisão, estão com ela.

“Ninguém sabe quanto tempo durará a investigação policial”, disse Mustafa, que não revelou para qual país iria viajar após deixar o Sudão.

Ishag foi detida por agentes da segurança nacional no aeroporto de Cartum quando se preparava para deixar o Sudão na tarde de terça-feira e foi levada à delegacia.

A diplomacia americana segue de perto o caso e a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, declarou na terça-feira que oficialmente Ishag não foi detida.

“O Departamento de Estado foi informado pelo governo sudanês que a família ficou retida várias horas temporariamente no aeroporto por questões relacionadas a sua viagem. Não foram detidos”, disse Marie Harf.

Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de pai muçulmano, foi condenada à morte no dia 15 de maio em virtude da lei islâmica em vigor no Sudão, que proíbe as conversões.

Casada com um cristão e mãe de um menino de 20 meses, que foi detido com ela, a jovem também foi condenada a 100 chibatadas por adultério. A interpretação sudanesa da sharia considera adultério a união entre uma muçulmana e um não muçulmano.

Conteúdos relacionados