A Polícia Militar de São Paulo fez nesta terça-feira uma simulação de atendimento a emergências durante um treinamento preparatório para a Copa do Mundo. Os exercícios, que contaram com cerca de 120 policiais, foram realizados no Hotel Transamérica, em Santo Amaro, zona sul da capital.

Com objetivo de aprimorar as técnicas para atendimento de diversos casos, unidades especializadas da PM participaram de treinamento para três cenários: exposição a agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares; detonação de artefato explosivo e sequestro com refém. “Estamos nos preparando desde quando São Paulo foi anunciada como uma das sedes do campeonato”, explicou o porta-voz tenente-coronel Mauro Lopes.

Antes dos exercícios, cinco equipes de escolta simularam o transporte de autoridades. Quatro saíram do Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Guarulhos, com destino a hotéis das avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Nações Unidas. O quinto grupo fez o caminho entre essas vias.

“Nós treinamos a escolta em tempo e ambiente reais, com as condições de trânsito do horário e local”, disse o porta-voz da PM. “Treinamos da forma mais próxima possível da realidade.”

A primeira simulação de ocorrência foi o resgate de vítimas expostas a agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares (materiais QBRN). Além dos tradicionais equipamentos de proteção individual (EPI) e respiratória (EPR), os bombeiros utilizaram roupas especiais contra contaminações.

As “vítimas” foram socorridas e retiradas do local, e o material perigoso, isolado. Os “resgatados” passaram pelo processo de descontaminação e receberam os primeiros socorros. Uma pessoa foi transportada pelo helicóptero Águia. O exercício contou com caminhões auto-tanque, auto-bomba e auto-escada, além de motos operacionais dos bombeiros (MOpB) e uma Unidade de Suporte Avançado (USA).

Explosivos

Um possível artefato explosivo deixado na porta de um restaurante foi o segundo exercício simulado. Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) utilizaram um robô para pegar e levar o objeto até um aparelho de raio-X.

Após “confirmar” que se tratava de uma bomba, um PM controlou o robô para posicionar o explosivo próximo de um canhão d’ água. Um feixe de alta pressão fez com que o artefato fosse detonado. O processo foi acompanhado por outro policial que usava um traje especial.

O Grupo do Choque da PM utiliza equipamentos semelhantes desde 2000. No final do ano passado, o material foi renovado a partir de um investimento de mais de R$ 1 milhão, que possibilitou a compra do aparelho de raio-X – de origem israelense -; do canhão d’água e robô – dos Estados Unidos -; além da roupa especial de proteção, vinda do Canadá.

Refém

A terceira simulação foi de uma ocorrência com negociação e resgate de refém, também feita pela equipe do Gate. “Armado” com uma faca, um homem “sequestrou” uma vítima e a manteve sob ameaça. Após negociação, a PM interviu, libertou a refém e deteve o agressor.

Além dos exercícios de hoje, a PM continuará aprimorando sua atuação até a Copa. “Temos a previsão de outros simulados. A Polícia Militar está se preparando da melhor maneira possível para que o evento transcorra de maneira segura para todos”, afirmou Mauro Lopes.