A Polícia Civil levou mais de três horas para retirar o corpo do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, de 32 anos, do fosso onde ele foi colocado, no quintal de uma casa, no bairro São Jorge da Lagoa. Foi necessária a ajuda de uma retroescavadeira.

Em estado avançado de decomposição, a polícia diz que ainda não é possível apontar as causas da morte do empresário que estava desaparecido há cinco dias, após sair para mostrar um carro a um suposto comprador.

“Pelo forte cheiro o corpo já está há algum tempo na fossa, mas ainda não sabemos precisar o quanto e nem se ele morreu com tiros, facada ou outra coisa. Isso o IMOL vai dizer com os exames”, afirmou a delegada que investiga o caso, Maria de Lourdes Cano.

De acordo com a delegada, a polícia chegou ao local, que fica no bairro São Jorge da Lagoa após investigações e uma das testemunhas confirmou que era o empresário. A polícia precisou pular o muro para entrar na casa.

Dentro do local estavam uma adolescente de 17 anos e um maior de idade, que foram detidos e permanecem em um camburão da equipe da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv).

“Não recebemos nenhuma denúncia de vizinhos. As pessoas devem colaborar quando vêem uma movimentação suspeita. Por exemplo, aqui o cheiro já está forte e ninguém denunciou. O local era bastante movimentado com carros e provavelmente moravam pessoas envolvidas com crimes”, ressaltou Maria de Lourdes.

A delegada ainda informou que a dificuldade em encontrar o corpo se deu porque Erlon não deixou pistas de quais seriam as pessoas que pretendiam comprar seu carro, um Golf prata, de placas HTJ-7457.

Ordem do presídio

As investigações também não chegaram a uma resposta de que o crime teria sido uma ordem repassada de dentro do presídio, segundo a polícia, que ainda revela que há pelo menos mais duas pessoas envolvidas, além de outras duas que já foram presas esta semana.

Imagens de câmeras de segurança de um açougue que fica ao lado da casa onde o corpo foi encontrado já foram capturadas pela polícia para análise.

Entenda o caso

O empresário desapareceu por volta das 16 horas de terça-feira (1º), após sair de casa para se encontrar com um possível comprador do carro que ele havia anunciado no site de vendas online Bom Negócio. Conforme a família, ele teria ido encontrar o suposto comprador próximo da rotatória e da fábrica da Coca-Cola.

A mulher da vítima tentou ligar para o celular do empresário, que estava desligado. O pai, Lino Bernal de 57 anos, então foi à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro registrar um boletim de ocorrência. O caso foi encaminhado à Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos).

A princípio, o pai do empresário, acreditava na possibilidade de sequestro. Ele revelou que o filho havia acabado de comprar um carro novo e por isso estaria vendendo o carro usado e que a pessoa que marcou o encontro com Erlon insistiu para ver o veículo.

Exército Cristão

Filho de um dos anciãos da Congregação Cristã no Brasil , o desaparecimento de Erlon mobilizou um verdadeiro exército de membros da igreja, em buscas nos pontos críticos e afastados de Campo Grande, conhecidos como locais de desova de veículos furtados.

Vários dos irmãos de igreja foram para a sede da Defurv no sábado (5) e alguns partiram para novas rondas e buscas. O trabalho paralelo ao da polícia tentava levantar pistas sobre o paradeiro do empresário.

Detidos

Duas pessoas chegaram a ser detidas no início da tarde de sexta-feira (4) pelo suposto envolvimento no desaparecimento do empresário. Outros dois foram detidos nesta tarde no local onde o corpo foi encontrado.

Todas as estradas foram monitoradas, mas o veiculo até agora não foi encontrado.

(Matéria editada às 19h36)