Cleverson Alves dos Santos, titular da Delegacia de Polícia Civil de Costa Rica, confirmou que já indiciou as cinco pessoas investigadas pela tentativa de vender um recém-nascido pelo crime de tráfico de crianças. Para o delegado, a investigação se encerra quando a polícia descobrir qual seria o valor negociado e se há outras pessoas envolvidas no caso.

A polícia também investiga algumas informações extraoficiais de que haveria um grupo na cidade de Costa Rica e nos municípios da redondeza, que é especializado em encontrar mulheres vulneráveis de classe mais baixas para conseguir “comercializar bebês”.

Eles encontrariam as mulheres e os casais, que têm o desejo de adotar, e fariam essa adoção ilegal mediante ao pagamento.

“Em relação ao caso do recém-nascido de Figueirão esperamos encerrar as investigações em dez dias. No entanto as investigações sobre a suposta quadrilha continuam”, explica Cleverson.

Adoção Ilegal

O delegado explica que é comum a prática de adoção ilegal em várias localidades do país. O que não é comum é a utilização de um pagamento para se conseguir adotar uma criança

“Essa prática do tráfico de crianças acontece em grandes cidades. Alguns veem a possibilidade de ganhar dinheiro e muitos ainda têm um sentimento de nobreza, de que a criança vai para uma família mais abastada que terá melhores condições de cuidar dela”, fala.

Em relação à mãe da criança negociada em Costa Rica o delegado afirma que a reação foi fria “A médica disse que ela não quis nem pegar a criança. Ela tem três filho e nenhum  está com ela. Inclusive a polícia está investigando para saber onde estão as outras duas crianças”.

A mulher teria negociado o filho para comprar uma boate, que seria uma casa de prostituição, no município de Figueirão.

A criança que seria vendida entrou para o processo de adoção, e esta na vara da infância de Costa Rica.

O caso

Cleverson explica que um casal de Minas Gerais teria custeado todas as despesas da gestante, inclusive hotel e despesas hospitalares para adquirir a criança. O casal acusado de comprar o bebê tem grau de instrução elevado e boa situação financeira.

Ainda segundo o delegado, o sigilo bancário de todos os envolvidos será quebrado. O objetivo é saber o valor exato que foi pago pela criança. “Nós até entendemos a vontade de uma mulher ser mãe, mas a Justiça não pode permitir que um ser humano seja transformado em moeda de troca”, enfatizou Cleverson que lembrou que existem meios legais para adoção.

O delegado disse ainda que investiga a participação de pessoas de Costa Rica, em uma possível facilitação da compra.