Um padre polonês suspeito de pedofilia na República Dominicana foi detido nesta segunda-feira em um povoado do sul da Polônia após uma ordem do Ministério Público de Varsóvia, indicou um porta-voz à imprensa.

“Obtivemos documentos da República Dominicana que permitem (…) estabelecer uma ata de acusação”, declarou à imprensa Dariusz Nowak, porta-voz do Ministério Público.

Wojciech G. (a lei polonesa proíbe a publicação do nome do detido) foi interrogado pelos procuradores de Varsóvia, acrescentou.

A investigação da procuradoria polonesa, independente da realizada pela Justiça dominicana, foi lançada em setembro após as revelações da imprensa dos dois países, nas quais este sacerdote é acusado de abusos contra menores em Santiago (155 quilômetros a noroeste de Santo Domingo).

Wojciech G., membro da congregação São Miguel Arcanjo, posteriormente foi suspenso do sacerdócio por seus superiores e obrigado a retornar à República Dominicana para cooperar com a Justiça local. Mas ele se negou a isso e se instalou no povoado de seus pais, perto de Cracóvia, no sul da Polônia.

Este caso ocorre ao mesmo tempo que o de outro religioso polonês, o arcebispo Jozef Wesolowski, núncio apostólico na República Dominicana, também suspeito de crimes contra menores.

Monsenhor Wesolowski, de 65 anos, foi afastado de suas funções no dia 21 de agosto pelo papa Francisco e chamado ao Vaticano.

Segundo a imprensa dominicana e polonesa, teria tido relações sexuais pagas com menores na “zona colonial”, o centro histórico de Santo Domingo.

O Ministério Público polonês também realiza uma investigação contra ele, “mas os documentos da República Dominicana foram transmitidos ao Vaticano”, indicou seu porta-voz.

Estes dois casos estremeceram a igreja polonesa, até agora relativamente pouco atingida por casos de pedofilia, que afetaram várias igrejas do planeta.