Ryfran das Neves Sales, 38 anos, condenado pela morte da missionária americana Dorothy Stand foi preso neste sábado em Anapu. Sudoeste do Pará após uma investigação da Polícia Civil. Condenado a prisão pelo caso que teve grande repercussão internacional em 2005, Sales e outros três foram presos por envolvimento em três mortes e uma tentativa de homicídio, ocorridas no dia 5 de setembro no interior do Estado.

Rayfran estava desde junho do ano passado em prisão domiciliar determinada pela Justiça do Para. Além dele, foram presos Raimundo Fernando Ferreira Monteiro, conhecido como “Gordo” ou “Ritchie”; Osimar Lobato Rodrigues, 30 anos, e Luís Carlos do Carmo Lopes, 27.

De acordo com a polícia, as vítimas do grupo são o casal Evalso Fagundes da Silva e Luana de Cássia Castro e Silva e os amigos Leandro Kestring de Vargas e Joseane Noronha Santos. Dos quatro, apenas Luana Silva sobreviveu. Evalso foi morto com um tiro na cabeça próximo em uma estrada, enquanto Leandro e Joseane também foram mortos a tiros, na zona rural de Tomé-Açu. Os crimes estão ligados ao tráfico internacional de drogas.

Prisão

Após as investigações, o Ministério Público conseguiu obter os mandados de prisão temporária de trinta dias dos acusados. De acordo com a polícia, Rayfran foi preso quando chegava em casa, no bairro da Cremação, por volta das 6h de hoje. Raimundo Fernando, o “Gordo”, foi preso, no bairro do Guamá, em Belém, enquanto Luís Carlos foi preso, no bairro do 40 Horas, em Ananindeua. Osimar, o outro envolvido no crime, estava preso desde o último dia 13.

Caso Dorothy

A missionária americana Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy, foi morta no dia 12 de fevereiro de 2005, nas proximidades no município de Anapu, no interior do Pará. Ela foi atingida por seis tiros.

Dorothy vivia há 20 anos na região, atuando no trabalho com camponeses e na luta contra grileiros de terras. Em dezembro de 2005, a Justiça condenou Rayfran das Neves Sales, o “Fogoió”, e Clodoaldo Carlos Batista, o “Eduardo”, a 27 e 17 anos de prisão, respectivamente, por terem matado a missionária. Amair Feijoli da Cunha, o “Tato”, foi condenado a 27 anos de prisão como intermediário do assassinato, mas teve a pena reduzida por colaborar com o processo.

Em maio de 2007, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como “Bida”, foi condenado a 30 anos de reclusão em regime fechado sob acusação de ser o mandante do assassinato de Dorothy.

Por ter sido condenado a uma pena superior a 20 anos de prisão, Rayfran Sales foi submetido a um novo julgamento, como prevê a legislação brasileira. No dia 22 de outubro de 2007, Rayfran negou que tivesse sido contratado por fazendeiros e disse que se sentia ameaçado pela missionária. Ele foi condenado a 27 anos de prisão, mas o julgamento foi anulado em dezembro.

Nos dias 5 e 6 de maio de 2008, Rayfran e Bida foram submetidos a novo julgamento. O acusado de matar a massionária foi condenado novamente e teve a pena acrescida em um ano. Durante o depoimento, ele inocentou o fazendeiro de mandar matar a missionária, assumindo sozinho a autoria do crime. Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi absolvido por cinco votos a dois.

Rayfran estava preso desde 2005 e deixou a unidade prisional do Centro de Progressão Penitenciária de Belém (CPPB) no dia 2 de julho de 2013, onde cumpria pena em regime semiaberto há 8 anos, por receber da Justiça progressão para prisão domiciliar.