A Polícia Civil de Goiás investiga se uma gestante de oito meses foi enterrada com o bebê ainda vivo na cidade de Caldas Novas, no sul do Estado. A suspeita foi levantada por familiares de Ortenísia da Costa Dias, 28 anos, que morreu no dia 10 de abril após ficar três dias internada na Maternidade Municipal Amor Esperança. Segundo a polícia, a causa da morte da mulher foi por infarto.

“Familiares vieram até a delegacia para que a gente pudesse esclarecer porque o feto foi enterrado dentro da barriga da mãe e qual o motivo de os médicos não terem realizado a retirada do feto, para saber até se ele já estava morto”, disse a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Sabrina Leles.

Como não foi feito um exame cadavérico logo após a morte, a polícia pediu a exumação do corpo, que foi realizada neste domingo. “Agora vamos aguardar o laudo dos legistas para continuar com as investigações. Em cerca de 30 dias, caso sejam pedidos novos exames, podemos saber a causa da morte do bebê”, disse.

Nos próximos dias, médicos devem ser chamados para prestar esclarecimentos sobre o caso. Questionada sobre a existência de apenas uma certidão de óbito, a delegada disse que isso não consiste, necessariamente, em um crime. “Como o feto ainda não tinha nascido, não havia a necessidade da certidão de óbito do feto em si. Mas, contudo, vamos verificar se houve algum tipo de negligência por parte do hospital, já que é sabido que é possível a realização de cesariana já a partir dos seis meses de gestação, em alguns casos”, falou a policial.