De xodó da Ponte às páginas policiais, Piá vira promessa perdida no futebol

Festas, bebidas, más companhias e passagens pela Polícia. Quantos jogadores talentosos não tiveram as carreiras prejudicadas por causa desses problemas extra-campo? Reginaldo Rivelino Jandoso, mais conhecido como Piá, é apenas mais um dentro desse seleto grupo. Ao ser detido na noite da última quarta-feira em Campinas, como suspeito de tentativa de furto a caixa eletrônico, […]

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Festas, bebidas, más companhias e passagens pela Polícia. Quantos jogadores talentosos não tiveram as carreiras prejudicadas por causa desses problemas extra-campo? Reginaldo Rivelino Jandoso, mais conhecido como Piá, é apenas mais um dentro desse seleto grupo. Ao ser detido na noite da última quarta-feira em Campinas, como suspeito de tentativa de furto a caixa eletrônico, o ex-meia, que já esteve em campo representando grandes times como Corinthians, Santos e Ponte Preta, escreveu mais um capítulo conturbado em sua vida.

Natural de Cornélio Procópio, cidade paranaense a 440 km de Curitiba, Piá é de família humilde e desde a juventude construiu uma história de problemas extra-campo. Mesmo assim, tinha tudo para se destacar atuando por um grande clube, destino que esboçou ao vestir a camisa do Corinthians. Mas parou por aí. Hoje, o habilidoso meia destro é lembrado mais como um jogador mediano que, fora das quatro linhas, frequentou as páginas policiais.

Revelado nas categorias de base da Inter de Limeira em 1992, o meia franzino teve rápidas passagens por Santos, Coritiba, São José, Bragantino e Matonense até chegar na Ponte Preta, no início de 1999. Começou a conquistar os torcedores ao ser um dos responsáveis pela volta do time à elite do Campeonato Paulista. Depois, Piá, ao lado de Mineiro, Régis Pitbull e Luís Fabiano, chegou às quartas de finais do Brasileiro, quando o time foi eliminado pelo São Paulo em três partidas de tirar o fôlego.

Justamente quando vivia o melhor momento de sua carreira, o meia deu os primeiros sinais de problemas fora do campo. Se rumores de festas realizadas em sua residência e frequentes baladas passavam despercebidas pelo seu desempenho dentro de campo, em julho de 1999 um caso policial colocou holofotes sobre o outro lado de Piá. Em uma confusão em uma lanchonete em Limeira, o primo do ex-jogador atirou e matou um mecânico. O então camisa 10 da Ponte chegou a ser indiciado como coautor do assassinato, pois teria dado a ordem para o primo pegar o revólver em seu carro, mas acabou sendo absolvido no julgamento. Mais tarde, ele seria preso por porte ilegal de armas e drogas.

Destaque da Ponte Preta, Piá teve mais uma oportunidade no Santos em 2000, mas não conseguiu se firmar devido aos problemas extra-campo e parou na Matonense. No mesmo ano, retornou para Campinas, onde novamente fez sucesso e se tornou ídolo da torcida alvinegra. Em 2000, ao lado de Washington e Macedo, chegou até as semifinais da Copa do Brasil e oitavas da Copa João Havelange. O bom futebol com a camisa pontepretana chamou a atenção do Corinthians, que o contratou quatro anos depois. Era mais uma chance de explodir para o futebol nacional.

Era a chance… Mas não foi. Novamente as festas, bebidas e más companhias atrapalharam o rendimento de Piá em campo e sua passagem pelo Corinthians durou apenas alguns meses. Do Parque São Jorge, passaria despercebido, pelo menos nos gramados, por Portuguesa, Corinthians-AL e novamente Ponte Preta. Em 2005, já em fase decadenta da carreira, viu seu nome envolvido mais uma vez nas páginas policiais. Defendendo o Santa Cruz, em um confronto contra o União Barbarense pela Série B do Campeonato Brasileiro, o meia foi preso ainda no vestiário do Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães, em Santa Bárbara D’Oeste, por não pagar pensão alimentícia para seu filho – ele também tem uma filha – do primeiro casamento. Piá ainda tentou fugir por um portão ao fundo do estádio, mas sem sucesso.

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