Copa: polícia prende suspeito de liderar máfia de ingressos

A Polícia do Rio de Janeiro prendeu, na tarde desta segunda-feira, o suspeito de comandar a máfia que fazia cambismo com ingressos da Copa do Mundo. Raymond Whelan é CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil. Ele foi […]

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A Polícia do Rio de Janeiro prendeu, na tarde desta segunda-feira, o suspeito de comandar a máfia que fazia cambismo com ingressos da Copa do Mundo. Raymond Whelan é CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil. Ele foi preso no luxuoso hotel Copacabana Palace.

De acordo com investigações da polícia, Raymond Whelan estava um nível acima do argelino Lamine Fofana, preso no Rio de Janeiro e apontado como o responsável por administrar o esquema da venda ilegal de ingressos. Desde 20 de junho, houve cerca de 900 ligações de Whelan a Fofana. Nas gravações, ingressos para a final eram negociados por US$ 14 mil.

Junto ao argelino, outras 11 pessoas foram presas com auxílio de interceptação de conversas telefônicas. Isso teria levado os policiais a Ray Whelan.

Ele seria, portanto, o responsável por conseguir as entradas para revenda, muitas delas em locais muito visados como camarotes. Whelan não é funcionário da Fifa, mas tem atuação ligada à entidade, já que a Match negocia pacotes e credenciou hotéis para a Copa do Mundo. Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, é um dos acionistas.

“Esse era o nome que aparecia nas conversas”, disse uma fonte na Polícia Civil na condição de anonimato. O diretor da Match, a agência de viagens oficial da Fifa, teve a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da polícia, que temia que ele poderia tentar deixar o País. Whelan foi levado à 18ª Delegacia de Polícia para ser interrogado.

O inspetor Vicente Barros, da 18ª DP, afirmou que Whelan estava na área comum do hotel quando foi abordado pelo promotor Marcos Kac. Foram, então, juntos ao 5° andar, onde estava hospedado. Foi encontrado com ele cerca de cem ingressos para a Copa do Mundo, além de mil dólares em dinheiro. Ele não reagiu à prisão e afirmou ser inocente. A detenção é provisória e tem prazo de cinco dias. Whelan está morando no Brasil há dois anos, embora não saiba falar português.

Na semana passada, a polícia havia informado que as investigações apontavam que ele tinha acesso ao quartel-general da entidade no hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, usava um cartão de estacionamento da Fifa para ter acesso a estádios e áreas reservadas. Teria ainda contatos dentro da entidade que lhe permitiam obter ingressos para serem negociados.

Após a execução da Operação Jules Rimet, com a prisão dos envolvidos no escândalo, a Fifa prometeu contribuir com as investigações e declarou ser improvável a participação de alguém ligado à entidade. O esquema de cambismo envolvia cifras milionárias e era planejado e executado há muitos meses. De acordo com a polícia, há possibilidade de que a operação tenha uma segunda etapa.