Com dois casos de suicídio em quatro dias, situação de policiais é preocupante, diz sindicato

Segundo o Sinpol, serviço estressante e sobrecarga de trabalho podem afetar os policiais e contribuir para casos de problema psicológicos

Com dois casos de suicídio de policiais civis em quatro dias, a situação é preocupante segundo o presidente do Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa. Para ele, o serviço estressante e a sobrecarga de trabalho, pode também afetar os policiais e contribuir para casos de problema psicológicos nos policiais.

 “É um serviço estressante, mexe com pessoas complicadas. Não sabemos como é a vida pessoal de cada um, mas no profissional, acaba agravando casos de depressão”, afirma.

Segundo o presidente do sindicato, o que preocupa a categoria é a frequência com que vem acontecendo os casos de suicídio. “Sempre aconteceu. Mas no último ano ocorreram mais casos, em menos tempo. Começa a ficar preocupante. Também teve o caso do delegado [da Polícia Federal], ficamos preocupados com uma segurança pública depressiva”, comenta.

Segundo Barbosa, a Polícia Civil tem o Ciapoc (Coordenadoria de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil), e os policiais são orientados a prestarem atenção se algum colega apresenta sintomas de depressão para que seja comunicado e o setor de atendimento psicossocial possa ser acionado.

Casos

Nesta segunda-feira (7), o investigador Allan Martia, foi encontrado morto, dentro de casa, no Bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo. Ele teria se enforcado e foi encontrado por um colega também da Polícia Civil. Vizinhos disseram que ele estava fazendo tratamento para depressão. Martia era lotado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro de Campo Grande.

Na última quinta-feira (3), o investigador Bruno Leandro da Silva, lotado na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Fátima do Sul, foi encontrado morto na margem do Rio Dourados. Silva foi encontrado morto com um tiro e, segundo a polícia, também foi um caso de suicídio.

Além dos dois policiais civis, há dez dias, o delegado da Polícia Federal Eduardo Jarwoski Lima se matou com um tiro dentro da sala dele na Polícia Federal.