Caso Bernardo: suspeita isenta irmão preso por envolvimento

A assistente social Edelvânia Wirganovicz, ao saber da prisão do irmão – preso no sábado por suspeita de relação na morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos – escreveu uma carta garantindo que o motorista Evandro Wirganovicz, 31 anos, não tem qualquer relação envolvimento com o assassinato. A mensagem, entregue a seu advogado, foi escrita […]

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A assistente social Edelvânia Wirganovicz, ao saber da prisão do irmão – preso no sábado por suspeita de relação na morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos – escreveu uma carta garantindo que o motorista Evandro Wirganovicz, 31 anos, não tem qualquer relação envolvimento com o assassinato. A mensagem, entregue a seu advogado, foi escrita na cela em que ela está recolhida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (RS), na região metropolitana de Porto Alegre. “Meu irmão não participou”, afirmou. As informações foram publicadas no jornal Zero Hora.

O advogado de Edelvânia, Demetryus Grapiglia, disse que pedirá a revogação da prisão de Evandro. “Ele não tem participação. Seu único vínculo é o de ser irmão. É um absurdo. Edelvânia ressalta que ela e Graciele cavaram a cova. Ele não fez nada. Minha cliente aceita ser condenada e diz que foi a culpada”, alegou ao jornal.

De acordo com a Justiça gaúcha, há indícios de participação ou ocultação de cadáver por parte de Evandro. O terreno em que Bernardo foi enterrado seria de difícil escavação, o que exigiria força física e tornaria a participação física de um homem algo verossímil. Também há indícios de que Evandro esteve um ou dois dias antes do crime no local onde o corpo foi encontrado.

A polícia chegou até o quarto suspeito a partir do relato de um integrante aposentado da Brigada Militar, que desconfiou de um carro visto próximo ao local onde o corpo foi enterrado. A testemunha contou ter visto o veículo de Evandro, um Chevette amarelo escuro, por volta das 20h30 do dia 3 de abril, um dia antes do crime, estacionado a 50 metros do local onde foi encontrado o corpo do menino, no interior de Frederico Westphalen.

O militar aposentado conhece o irmão de Edelvânia e sabia que ele tem um carro com essas características. Entretanto, sem ter visto alguém nas proximidades e desconfiado da presença do veículo parado naquele local, anotou a placa e, após pesquisar, confirmou que o dono era mesmo Evandro. Após a assistente social ter confessado a participação no assassinato, a testemunha relacionou os fatos e suspeitou que o irmão da assistente poderia ter cavado o buraco. Dois dias depois das prisões, procurou a polícia. Ele contou ainda que Edelvânia esteve nas proximidades do local em que estava o corpo no domingo, 6 de abril, dois dias depois do crime. Ao encontrar a testemunha, ela teria dito que estava ali para “molhar os pés no rio”.

Evandro, ouvido pela polícia em 24 de abril, ressaltou que não circulava na região onde foi achado o corpo havia dois meses. Sustentou que o Chevette é de seu uso e que não existia possibilidade de outra pessoa ter pego o carro. O motorista também negou que a irmã tivesse pedido para ser levada ao local. Evandro afirmou não conhecer Graciele ou saber da amizade dela com a irmã.

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família – dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo.

O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime.

Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal.