Acusado de pedofilia, prefeito de Coari se entrega à polícia em Manaus

O prefeito de Coari, Adail Pinheiro, se entregou à polícia na tarde deste sábado.  Ele entrou pelos fundos da Delegacia Geral de Polícia Civil e, após trinta minutos, seguiu escoltado para o Comando de Policiamento Especializado (CPE), no conjunto Dom Pedro, na região central de Manaus.Adail só se entregou após o Tribunal de Justiça do […]

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O prefeito de Coari, Adail Pinheiro, se entregou à polícia na tarde deste sábado.  Ele entrou pelos fundos da Delegacia Geral de Polícia Civil e, após trinta minutos, seguiu escoltado para o Comando de Policiamento Especializado (CPE), no conjunto Dom Pedro, na região central de Manaus.
Adail só se entregou após o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) ser favorável ao pedido dos advogados para que ele ficasse preso em uma unidade da polícia militar.

O prefeito está em uma cela de aproximadamente seis metros quadrados e permanece só. O advogado dele, Alberto Simonetti, disse que vai tentar recorrer do mandado de prisão cautelar. “Agora vamos recorrer para que ele responda em liberdade. Não vamos entrar no mérito da prisão”, disse Simonetti.
Os advogados dos outros  cinco presos também informaram que irão recorrer para que os presos também fiquem em celas especiais, uma vez que tratam-se de secretários e subsecretários. Os demais suspeitos do caso foram encaminhados ao Instituto Prisional Antônio Trindade (Ipat). Todos irão responder pelos crimes de formação de quadrilha e abuso sexual de menores.

Em nota oficial, a Polícia Civil do Amazonas informa que, “devido a pedido feito pelos advogados de defesa do prefeito de Coari, Adail Pinheiro, que invocaram o Direito Constitucional da Preservação da Imagem, não foi possível registrar o momento em que o suspeito compareceu à sede da Delegacia Geral de Polícia Civil do Amazonas”.

Proteção

Ontem, logo após a expedição do mandado de prisão contra o prefeito de Coari, o advogado de Adail Pinheiro entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Amazonas pedindo proteção para o réu.

Segundo o pedido feito por Simonetti Neto, que também é o atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Amazonas, quando foi preso em 2009 pela Operação Vorax, da Polícia Federal, Adail sofreu ameaças e, por isso, ele não poderia ficar detido em uma unidade prisional comum.

O prefeito não possui nível superior, mesmo assim, quando foi preso pela primeira vez, a Justiça já havia concedido o direito de ele ficar em uma cela do Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar, no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus.

O prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas. Apesar da gravidade de algumas das acusações, os processos estão parados à espera de julgamento, suscitando a hipótese de ele estar sendo beneficiado por juízes. Em 2006, a Polícia Federal passou a investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As denúncias de pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em escutas telefônicas judicialmente autorizadas. As investigações culminaram na chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em 2008. Desse relatório resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto de 2013, Pinheiro chegou a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados.

Funcionários presos

Na manhã de hoje, a Polícia Civil do Amazonas confirmou a prisão de cinco funcionários da prefeitura de Coari por suspeita de envolvimento em uma rede de prostituição infantil que seria comandada pelo prefeito Manoel Adail Pinheiro (PRP. Segundo a polícia, foram presos Eduardo Jorge de Oliveira Alves, chefe de gabinete; Francisco Erimar Torres de Oliveira, secretário de Terras e Habitação; Alzenir Maia Cordeiro, funcionária pública; Anselmo do Nascimento Santos e Elias do Nascimento Santos, que trabalhariam diretamente com o prefeito.

Os presos foram transferidos, de avião, para a sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, em Manaus.

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