O sequestro do caminhoneiro Amides Souza, de 37 anos de idade, que aconteceu na noite do dia 6 de novembro e que terminou com dois dos seqüestradores mortos em confronto com a polícia, foi comandado pelo presidiário Willian Cesar Rodrigues de Oliveira, 26 anos que cumpre pena no presídio de segurança máxima de Campo Grande, por assalto a mão armada.

O esclarecimento do caso aconteceu com a prisão de Wellington Rodrigues da Silva, 26 anos e Willian Cardoso de Lima, 21 anos, que foram apresentados hoje na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e roubos de Veículos-Defurv.

A dupla teve a função de transportar, em motos os dois bandidos mortos: Lucas Rodrigues Santana, conhecido como Luquinha, de 18 anos e Murilo Kaue Fernandes Vieira, conhecido como Paulista, de 24 anos.

Segundo a delegada Maria de Lourdes Souza Cano, titular da Defurv, na realidade a vítima do sequestro foi pega por engano. “Eles já haviam feito contato com outro caminhoneiro mas como este demorou, decidiram pegar o primeiro que apareceu, que foi o Sr. Amides. Eles o renderam e depois acabaram mortos no confronto com a polícia”, afirmou a delegada.

Wellington e Willliam afirmam que receberiam R$ 500 cada um apenas para transportar os dois sequestradores mortos e confirmaram saber que o objetivo era realmente efetuar o roubo de um caminhão. A delegada, no entanto, acredita que o pagamento seria bem maior pelo valor do veículo.

Wellington afirmou que aceitou o convite porque, tudo já estaria acertado “e até o motorista do caminhão iria colaborar”, no entanto como erraram o alvo, as dificuldades foram maiores.

“Eu e o Murilo éramos como irmãos. Fomos criados na mesma cidade no interior de São Paulo. Ele fez o convite, falou que seria um trabalho fácil e ofereceu o dinheiro e aceitei. O resultado foi esse aí, inclusive com a morte dele”, afirmou.

Com a informação que os dois bandidos mortos moravam no mesmo bairro, as investigações foram concentradas na Região Norte da cidade e os dois homens apresentados nesta quarta-feira (4) foram presos no bairro Tarsila do Amaral.

Na casa de Wellington, onde aconteceram as prisões, a polícia encontrou um revólver, 13 tabletes de maconha e as duas motocicletas utilizadas na abordagem do caminhoneiro no dia do seqüestro.

Quanto a ação de Willian César, que comandou a operação de dentro do presídio, a delgada Maria de Lourdes afirmou que é de alta periculosidade. “Ele foi o responsável em recrutar o pessoal para o trabalho, indicou o caminhão e ainda comandou a operação no dia do sequestro. A quadrilha toda é bastante perigosa”, concluiu.