Um rapaz acusado de matar um policial civil em Tacuru estava coordenado esquema de de dentro de um presídio de segurança máxima, segundo a polícia.

Arnoldo Vieira dos Santos, o “Nardo”, matou a tiros, na noite do dia 1 de setembro do ano passado (2012) o investigador de Polícia Civil lotado na Delegacia de Tacuru, Miguel Honorato Abreu Holsbach, de 43 anos e feriu a esposa do policial.

Ele foi preso uma semana depois do crime ao se apresentar à polícia em companhia de advogados e deste então está recolhido em um presídio na cidade de Ponta Porã.

O tráfico

De acordo com o delegado titular de Polícia Civil de Tacuru, Dr. Eduardo Lucena, que coordenou as investigações do caso, após informações anônimas, descobriu-se que Arnoldo, apesar de preso, coordenava, com o emprego de telefone celular, um esquema de tráfico de drogas de dentro do presídio de segurança máxima.

Segundo o delegado, de dentro do presídio ele teria contatado, no dia 27 de outubro, José Osmar Freitas, o “Veinho”, de 24 anos, determinando que Veinho apanhasse certa quantidade de que estava escondida em um matagal à margens da Rodovia MS-156, trecho que liga Tacuru a Amambai, na região do Assentamento Santa Renata, a cerca de 10 quilômetros da cidade, em Tacuru.

Diante da missão recebida, Veinho, que é morador em Tacuru, teria passado a procurar por veículo na cidade para buscar o entorpecente e após contatar algumas pessoas, a informação sobre o tráfico chegou ao conhecimento da Polícia Civil local, que passou a atuar no caso.

De posse de informações que José Osmar, o Veinho, sairia de casa no início da manhã do dia 29 de outubro, um sábado, para buscar o entorpecente em companhia de outra pessoa, a Polícia Civil, que até então tinha informação sobre a o esquema de tráfico, mas não da localização da droga, montou campana desde a madruga na região da residência de Veinho, mas amanheceu o dia e nenhuma movimentação foi percebida.

Por conta das informações levantadas, que eram bastante contundentes, Dr. Lucena e sua equipe decidiram abordar o suspeito para indagar sobre as acusações.

Segundo a Polícia Civil, ao ser abordado Veinho teria tentado despistar, alegando não ter conhecimento dos fatos contidos nas acusações, mas ao checarem o telefone celular de José Osmar de Freitas, os policiais descobriram mensagens de texto enviadas por Arnoldo Vieira dos Santos datada de dois dias antes, 27 de outubro, passando detalhes de onde a droga estava escondida nas proximidades do assentamento rural.

Diante da prova, Veinho acabou “abrindo o jogo” e confirmando toda a versão levantada pela polícia na denúncia e levando os policiais até o local onde a droga, um total de 7,3 quilos de maconha prensada, estava escondida.

Nardo ligou para Veinho

Enquanto os policiais ouviam as declarações de José Osmar, o “Veinho” na Delegacia para formular o flagrante, o detido teria recebido uma ligação de Arnoldo Vieira de dentro do presídio em Ponta Porã.

Segundo o delegado encarregado pelo caso, Dr. Eduardo Lucena, o detento queria saber se Veinho já tinha pegado a droga que estava escondida na mata.

Diante da situação, a Polícia Civil de Tacuru entrou em contato com a direção do presídio em Ponta Porã, que em vistoria na cela onde Nardo estava recolhido, acabou localizando o celular, cujo número batia com o das ligações e mensagens de texto enviadas para o celular de Veinho.

Por conta dessa situação, Arnoldo Vieira dos Santos, que já responde por homicídio triplamente qualificado pela morte do policial civil e tentativa de homicídio, também triplamente qualificado contra a esposa do investigador de polícia, também responderá pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico, além das sanções administrativas pelo uso de celular dentro do presídio. Ele continua preso no presídio de segurança máxima de Ponta Porã.

Já José Osmar Freitas, o “Veinho”, acusado de estar atuando sob as ordens de Nardo, foi autuado em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico e está preso na cadeia pública de Iguatemi, sede da Comarca, à disposição da Justiça.

A morte do policial

O investigador de polícia, Miguel Honorato Abreu Holsbach foi assassinado a tiros de pistola calibre 9mm enquanto assistia TV na sala de casa ao lado da esposa, que também acabou atingida por disparos, mas sobreviveu.