Detentos do Presídio de Segurança Máxima, que ‘emprestaram’ a conta bancária para Valfrido Gonzalez Filho, 34 anos, conhecido como o ‘estelionatário dos médicos’, também estão sendo indiciados como coparticipantes nos crimes. Recentemente, mesmo dentro da cela, a polícia constatou que o golpista se passou, mais uma vez, por profissional da área da saúde e adquiriu R$ 38 mil em dez dias.

Adler Ribeiro dos Santos, 27 anos e Roberto Pereira de Oliveira, 34 anos, foram levados para a 1ª Delegacia de Polícia nesta terça-feira (2). Em depoimento, ambos disseram que Valfrido pedia a conta bancária, alegando que não possuía e que ‘retribuiria o favor comprando roupas e ajudando os colegas com dinheiro, quando necessário’.

Esquema na cadeia

Segundo o delegado Wellington de Oliveira, responsável pelas investigações, o esquema funcionava da seguinte maneira: Valfrido ligava nos hospitais de Campo Grande e se identificava como Dr. Fulano de Tal, pedindo a transferência da ligação para o quarto das vítimas. Lá ele informava aos parentes do paciente, sobre um procedimento de urgência e que seria cobrado um valor em dinheiro.

O estelionatário repassava valores diversos e a conta bancária dos comparsas. Um parente dos bandidos, fora da cadeia, sacava o dinheiro e entregava para ele. O dinheiro repassado por Adler e Roberto equivale a R$ 5,6 mil em uma das contas e R$ 4,9 mil da outra. A dupla, que já responde por tráfico de drogas, será indiciada como co-participante nos crimes. A pena para estelionato varia de um a quatro anos de reclusão.

Facetas

Além de médico, ele já se passou por desembargador, delegado, advogado, supervisor de hospitais, padre, pastor e vereador. Os ‘personagens’ foram descobertos durante investigação da Polícia Civil, em agosto de 2012, quando ele foi preso pela 1ª vez e contabilizado o prejuízo de ao menos R$ 1 milhão para as vítimas.

No dia 11 de Junho, ele surpreendeu mais uma vez e aplicou os golpes de dentro da cela, com o uso de um telefone celular. Desta última vez foram seis vítimas, sendo que uma delas pagou ao bandido, em quatro parcelas, R$ 16 mil.

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